Um Presidente não fica assim tão limitado pelo facto de coincidir com uma maioria absoluta, Mário Soares é a prova disso. No entanto, precisa de conseguir adaptar-se à função e aos contextos. Para isso, não basta inteligência, é necessário saber quando intervir e, também, parar para refletir e arranjar espaço para ouvir opiniões
Por vezes, gosto de reler os meus artigos passados, relembrar o contexto, confrontar opiniões datadas com a sempre imprevisível evolução dos acontecimentos. Como esperava, constato que aquelas estiveram por algumas vezes certas e por várias vezes erradas. Fiz novamente o exercício quando decidi voltar a escrever sobre o Presidente da República. Em janeiro, logo após as presidenciais, afirmei que não me parecia que Marcelo Rebelo de Sousa fosse mudar de registo no segundo mandato. Já em julho, meio ano passado das presidenciais, notei que Marcelo Rebelo de Sousa ainda não tinha encontrado o melhor registo para lidar com uma maioria absoluta. Esta exige escrutínio e tal não é, claramente, a especialidade do presidente.
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