14 outubro 2022 5:29

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Em abril, aquando do OE para 2022, fizemos a mesma pergunta a estes protagonistas. Agora, com o novo OE, voltamos a ouvi-los
14 outubro 2022 5:29
SIM No que diz respeito à plausibilidade do cenário macroeconómico, o Governo prevê um crescimento do PIB de 1,3%, uma décima acima apenas da previsão mais recente, que havia sido feita pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) três semanas antes. O FMI, esta semana, produziu a estimativa mais pessimista para o crescimento da economia portuguesa em 2023 até à data, de apenas 0,7%, mas uma diferença que, em termos relativos, pode ser descrita como cerca de metade do que prevê o Governo — difere apenas em seis décimas.
Já no que diz respeito à inflação, as diferenças são mais substanciais. O Governo prevê um crescimento dos preços de 4% para 2023, claramente abaixo dos 5,1% da última previsão do CFP ou da mais recente previsão do FMI, de 4,7%, mas, ainda assim, acima da última previsão, de 3,6%, feita pela CE para Portugal em julho. Relativamente a previsões para a inflação na zona euro em 2023, estas vão desde os 3,7% da Survey of Professional Forecasters até aos 5,5% do BCE. Esta disparidade de estimativas não espanta: a incerteza é tão elevada que, em boa-fé, dificilmente alguém pode argumentar que uma previsão de 4% com a informação disponível à data da elaboração da proposta é, do ponto de vista estatístico, diferente de uma previsão de 3,5% ou 5%. Aliás, creio ser esse o entendimento do próprio CFP quando, a 7 de outubro, emitiu o seu parecer e, passo a citar, endossa as previsões macroeconómicas apresentadas.