Em Portugal, o carro é o mais importante sinal de estatuto social. Pessoas endividam-se para lá do razoável para terem mais do que um veículo seguro que as transporte. Não há diretor, gestor, ministro ou presidente de qualquer coisa, no Estado ou na empresa, que não veja no carro a merecida demonstração de poder. É natural que seja motivo de polémica. Na maior parte das vezes, como no caso da TAP, vazia de conteúdo prático. Mas importante no simbolismo
O carro é, num país que chegou tardiamente à modernidade, o mais importante sinal exterior de estatuto social. Pessoas endividam-se muito para lá do razoável para terem mais do que um veículo seguro que as transporte. Regressar da emigração bem montado num carro era um dos principais indicadores de sucesso. E perante qualquer tentativa de limitar os “direitos, liberdades e garantias” do automóvel sente-se uma revolta que, em Lisboa, tem sido bem evidente. Um homem sem carro está nu, se não o tiver à porta de casa é um sem-abrigo.
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