7 outubro 2022 2:06
No confessionário, eu tinha 12 anos e fui inquirida pela voz do padre atrás dos quadradinhos de madeira acerca do tempo que eu demoraria a tomar banho
7 outubro 2022 2:06
Deus é homem. Ou imaginamos que seja. Vejo-me muito pequena, olhando as imagens de Deus, o dedo apontando, a figura em idade avançada, mas com vigor. Deus, na arte sacra, nunca me surgiu jovem. Michelangelo, por exemplo, dá-nos a ver um Deus de barbas brancas e, ao mesmo tempo, musculoso. Lembro-me de “temer” a Deus, quer no sentido estrito da religião, quer no sentido do medo comum. Amor e medo. Temia aquele Deus que não sentia próximo e que imaginava autoritário, muitas vezes zangado. Pensar em Deus no masculino tem consequências. Aprender que tem de se amar a Deus (que é masculino) sobre todas as coisas tem consequências. Deus enviou à Terra o seu filho (e não filha, claro) para morrer brutalmente numa cruz para nos salvar. Em criança, na escola, aprendi teologia à séria sobre tudo isto. Amar Jesus, um homem de verdade, um Deus/homem, é uma experiência prática.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.