Opinião

Javier Marías

7 outubro 2022 0:03

Não pertencia à escola dos transparentes, mas à dos enigmáticos. O que lhe interessava era o mistério, a memória, a especulação, a incerteza, a duplicidade, até a traição

7 outubro 2022 0:03

Aconteceu-me tentar convencer interlocutores pouco convencidos de que Javier Marías era o maior romancista vivo. Enquanto argumentava com eles, argumentava comigo, questionando um paradoxo: por que motivo gosto tanto de alguém que adopta a frase longuíssima, intrincada, proustiana, o tom de homem vivido e altivo, e que joga com o policial e com a espionagem, nada que interesse assim muito? A justificação, parece-me, é a seguinte: a abordagem de Marías à ficção convinha perfeitamente àquilo que ele era enquanto romancista, àquilo de que queria falar, que queria trazer à conversa connosco.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.