23 setembro 2022 0:01
Da língua do assobio, à fala dos pastores, às apps que traduzem gatos
23 setembro 2022 0:01
1 O esperanto foi uma bela ideia. Durante anos, L. L. Zamenhof, um médico judeu formado em Moscovo e a viver na cidade de Białystok, constatou que as diferentes línguas que se falavam na cidade eram uma barreira entre as pessoas, e criavam suspeitas nas diversas etnias. No final do século XIX, a cidade de Białystok tinha passado de polaca para prussiana, para russa, e era de novo polaca, e um habitat tenso. O médico decidiu criar uma língua, uma segunda língua, que fizesse uma ponte entre as diversas comunidades. (Duas guerras mundiais depois, devido ao poderio cultural norte-americano disseminado pelos mass media e pela cultura popular, a língua inglesa viria ocupar o lugar imaginado para o esperanto.) Mas em 1887, Zamenhof, publicou “Unua Libro”, a introdução ao esperanto, na expectativa de assim promover a paz nos povos do mundo. O vocabulário era essencialmente retirado do inglês, francês, alemão, grego, italiano, polaco e iídiche — línguas que dominava: os substantivos não têm género, não há verbos irregulares, as palavras são totalmente fonéticas. Zamenhof ofereceu a obra à sociedade e nunca quis nada de volta. A língua foi-se desenvolvendo. Foi nomeado 14 vezes para o Prémio Nobel da Paz. Nunca ganhou. Após a I Guerra Mundial, na Liga das Nações foi feita uma proposta para que o esperanto fosse adotado como a língua das relações internacionais.
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