16 setembro 2022 0:02
Ao longo da nossa vida, chegamos ao verbo “recomeçar” em estados e por caminhos muito diferentes. Todos, contudo, têm alguma mensagem que precisamos de ouvir. Têm alguma coisa a ensinar-nos
16 setembro 2022 0:02
Mesmo quando parece mais uma consequência do automatismo social do que propriamente uma decisão de vida, setembro obriga-nos a um confronto com o verbo “recomeçar”. É um verbo exigente, com uma espessura que não se deslinda de imediato, mas também rico em possibilidades, se o soubermos abraçar. O verão foi tudo isso: itinerância, saída, interrupção, intervalo, intersecção, distanciamento, pausa, espaço exterior e interior diversos. Setembro, por sua vez, conjuga regressos. Regressamos aos acampamentos de sempre, aos ritmos normalizados, à urgência das agendas. Regressamos ao tráfego e ao bulício das cidades, à vida uns dos outros e à forma habitual que tem a nossa. E regressamos tanto tonificados com aquilo que o verão nos permitiu, capazes de investir agora entusiasmo, capazes de disseminar uma operativa esperança, como nos sentimos arrastados a contragosto, sem a energia vital que desejaríamos, como se em vez de regressos nos sentíssemos a provar antes uma regressão. A verdade é que, ao longo da nossa vida, chegamos ao verbo “recomeçar” em estados e por caminhos muito diferentes. Todos, contudo, têm alguma mensagem que precisamos de ouvir. Têm alguma coisa a ensinar-nos.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.