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Opinião

A próxima insurreição? A democracia brasileira em perigo

Erika Robb Larkins e Lucas Louback

As consequências para a eleição e transição pacífica do poder, caso Bolsonaro venha a perder as eleições, são ainda uma incógnita. Mesmo que Bolsonaro perca e não ocorra qualquer insurreição, o novo Presidente terá de demitir os membros militares no Governo, lidar com uma polícia cada vez mais fascista e restringir o acesso às armas. Nada disto será fácil, mas a democracia do Brasil depende disso, explicam neste artigo a académica Erika Robb Larkins e o ativista Lucas Louback

Dentro de poucas semanas, o Brasil terá as suas nonas eleições democráticas desde o fim do governo militar, em 1985. Mas esta jovem democracia, a segunda maior do nosso hemisfério, está sob ameaça. A maior ameaça vem do atual Presidente, de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que procura ser reeleito. Bolsonaro está consideravelmente atrás do adversário Luiz Inácio Lula da Silva, com sondagens recentes a mostrar que apenas 34% do eleitorado o apoia.

Mas uma derrota Bolsonaro não é sinónimo de que o Brasil esteja imediatamente de volta ao caminho da democracia, prosperidade ou sanidade política. Bolsonaro tem uma base fervorosa de apoiantes, muitos dos quais são extremistas armados, provenientes das forças militares, da polícia e de milícias análogas ao grupo extremista norte-americano Proud Boys. Se perder nas urnas, há um risco iminente de que o Brasil venha a passar por algo semelhante ao ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos. Ou pior ainda.

Como Presidente, Bolsonaro utilizou o gabinete mais importante do país para atiçar agressivamente as chamas da desinformação. Esta tendência tornou-se tragicamente clara durante a pandemia de covid-19, quando promoveu pessoalmente o uso de tratamentos não comprovados (e agora rejeitados pela comunidade científica) e se opôs à vacinação. Como resultado dessas políticas, o Brasil foi vítima de uma das mais elevadas taxas de mortalidade do mundo.

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