Opinião

O preço das promessas fáceis

2 setembro 2022 0:24

O que ficou evidente numa experiência de pagamento de um rendimento básico universal no Quénia é que a medida não procura criar emprego, mas antes oferece um donativo

2 setembro 2022 0:24

Tavneet Suri e Nidhi Parekl, cientistas do MIT, uma das mais importantes universidades norte-americanas, publicaram recentemente um estudo sobre a experiência de pagamento de um “rendimento básico universal” (RBU) no Quénia. O projeto inclui 21 mil pessoas por 12 anos e é o mais extenso realizado até hoje, estando ainda em processamento. Essas pessoas, que vivem em duas regiões empobrecidas, receberam o tal RBU, concebido, no dizer das autoras, como “uma transferência monetária incondicional que seja suficientemente avultada para satisfazer as necessidades básicas das pessoas e que seja distribuída a todos os membros de uma dada comunidade”. O pagamento, no entanto, não é universal nem naquelas regiões (só abrange maiores de 18 anos, num país em que metade da população tem menos de 20 anos), tendo assumido três formas: um pagamento único (aproximadamente 500 euros), ou 0,75 euros por dia durante dois anos, ou o mesmo valor por 12 anos (ou nada, no grupo de controlo). Não é explicado como se fazem estas escolhas. Os resultados provisórios foram apurados por entrevistas telefónicas.