26 agosto 2022 0:14
Apesar de tudo, e apesar das previsões sombrias da OCDE para a economia europeia no próximo ano, parece que a guerra está para continuar indefinidamente, e que vale a pena
26 agosto 2022 0:14
A guerra na Ucrânia fez seis meses e nenhuma das partes envolvidas — Rússia, Ucrânia e NATO — dá sinal de pretender sequer ponderar abrir negociações para lhe pôr termo. Não sei o que se passa na Rússia, com a sua opinião pública e os seus comentadores (se é que ainda os há, que possam escrever em liberdade). Mas aqui, no lado ocidental da opinião, a simples menção à necessidade de encontrar uma saída para a guerra faz desabar imediatamente em cima de quem se atreve a sugeri-lo a acusação de fazer o jogo de Putin e o epíteto, hoje insultuoso, de ‘pacifista’. E, enquanto se cobre a NATO de elogios e se louva a unidade inabalável dos europeus no apoio à Ucrânia e na defesa dos princípios democráticos, vemos a Suécia e a Finlândia entregarem refugiados políticos curdos a Erdogan como preço a pagar por entrarem na NATO, vemos Joe Biden a atravessar um oceano e um continente para se ir curvar aos pés do príncipe saudita que cortou um jornalista às postas e que espalha o terror islâmico em casa e financia-o fora de portas. E escutamos o apelo dos países bálticos para que todos os cidadãos russos sejam proibidos de entrar na Europa.