Exclusivo

Opinião

O caso Sérgio Figueiredo morreu, não morreu o “olhómetro”

O governo criou, há um ano, o PlanAPP, que faz para todos os ministérios o que Sérgio Figueiredo ia fazer para as Finanças. Mas com uma equipa pluridisciplinar e autonomia técnica e política. O desprezo pelo planeamento e avaliação favorece o desprezo pela independência e qualidade técnica de quem ajuda a tomar decisões. É o “olhómetro” nas políticas que favorece o “olhómetro” no recrutamento. A questão ética é técnica.

Num país onde políticos se orgulham de estar no terreno e não no gabinete, de serem mais de fazer do que de planear, onde a criação de qualquer grupo de estudo é motivo de zombaria demagógica, o planeamento e a avaliação – os dois, porque um sem a outra serve de pouco – são desprezados. Sem eles, o Estado está entregue ao “olhómetro” do político, sempre perturbado pelos óculos dos interesses que o rodeiam. Sem planeamento e avaliação não há transparência. E, acima de tudo, não há competência. Não defendo a tecnocracia. É o político e não o técnico que deve definir objetivos e, nos objetivos, está sempre incluído o meio para se chegar lá. Mas para decidir bem o político precisa da melhor evidência técnica. E essa é dada por técnicos, não por amigos.

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas