Opinião

A humilhação russa

12 agosto 2022 0:00

Que a invasão russa da Ucrânia tem sido um desastre militar é evidente. Que é também um desastre económico pode ser mais escondido, mas é igualmente devastador

12 agosto 2022 0:00

Fazem no dia 24 de agosto seis meses desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. O Governo americano estima que já perderam a vida entre 15 mil e 20 mil soldados e outros 40 mil a 60 mil ficaram feridos. O número de tanques russos destruídos é embaraçoso e a corrupção na sua sociedade e desorganização do seu exército não pode ser escondida quando se veem as falhas nas cadeias de abastecimento e na manutenção dos equipamentos. Os ucranianos parecem mais motivados do que quando a guerra começou a lutar, e a Rússia até agora pouco território com valor foi capaz de conquistar. Não fossem as suas armas nucleares e restaria pouco respeito (ou medo) do exército russo na Europa de Leste. Claro que a propaganda russa continua, proclamando conquistas, apontando o dedo às falhas do inimigo e repetindo a suposta inevitabilidade da sua vitória. Uma prova da maturidade no nosso espaço público é que estas opiniões não são suprimidas, mas antes rebatidas, ou mesmo gozadas. Já no campo económico não se passa bem o mesmo. De passagem, os pró-russos afirmam que as sanções económicas do Ocidente não estão a funcionar, que os russos nos estão a castigar é a nós com uma possível recessão em 2023, que o rublo está forte e a sua economia pujante. Não, não, não e não. Isto também é propaganda. Não tenho talento como escritor para gozar com estes disparates, pelo que fico-me pelas explicações.