Exclusivo

Opinião

Ana Luísa Amaral

A escritora separa-se do seu livro, deixa a quem lê o encargo da busca de sentido, isso é uma morte, diz Manguel. E regressa depois. Ana Luísa Amaral regressou sempre na poesia, tradução e ensaio, no seu olhar diagonal, e no feminismo – até ao fim

Não há nada a acrescentar sobre a morte, pesada, canalha, traiçoeira, vingativa, e nunca se consegue dizer o essencial sobre quem ela leva. Tudo o que fica por dizer magoa. O que foi falado e o que ficou por conversar, aquela memória de um momento, o que ficou adiado, olhamos para trás e queríamos que fosse mais, que fosse tudo, fica o desamparo. A escritora tem, no entanto, uma virtude secreta: já morreu em cada livro; quando se afasta e nos deixa entregues ao que escreveu, terminou o seu labor, é aquilo, somos só nós e o livro, diz-nos Alberto Manguel, na sua “História da Leitura”. Morre por isso várias vezes, fica com quem não a conhece e até pode nem vir a conhecer, passa o tempo e só está o livro, vai regressando depois por outro caminho. Ana Luísa Amaral já não regressa.

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas