Opinião

40 anos de fidelidade

9 abril 2021 8:19

Os chefes decoram, os cozinheiros cozinham; os chefes empratam, os cozinheiros cheiram; os chefes exibem, os cozinheiros oferecem

9 abril 2021 8:19

“Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma” Caetano Veloso/Maria Bethânia

Na terça-feira da outra semana, quando a chuva de areia do Sara chegou ao Algarve, o Vila morreu. E, com ele, morreram 40 anos de memórias minhas e de todos quantos conheceram essa qualquer coisa muito mais do que um restaurante, uma tasca, um espaço, um ambiente, chamada Adega Vila Lisa, na Mexilhoeira Grande — uma criação do Vila, na cozinha, e do Lisa, na sala e na ordem possível que convém a todo o caos. Porque “aquilo”, desde o momento em que apareceu subitamente, até aos anos de sucesso, prosperidade e fama, ou de definhamento e resistência depois, foi, de facto, muito mais do que um espaço diferente de restauração: foi um antro de resgate da dignidade e da alma algarvia.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.