Dois dias depois de termos deixado de poder conviver fisicamente com a Professora Maria de Sousa (1939-2020), a cientista Maria Manuel Mota e o coreógrafo Rui Horta promoveram, por videoconferência, uma reunião de amigos confinados, a que chamaram “Um Adeus à Maria de Sousa”, onde a recordámos e celebrámos em conjunto.
Nesse gathering, como Maria de Sousa lhe chamaria (no sentido que a palavra tem na língua inglesa e, portanto, para ela, sem tradução), outra cientista, Maria do Carmo Fonseca - também Prémio Pessoa, tal como Maria Manuel Mota -, observou que, apesar de terem sido poucos os que foram autorizados a estar presentes no Cemitério dos Olivais a 15 de Abril, em face das rigorosas restrições impostas aos funerais pelo Estado de Emergência Nacional então em vigor, essa cerca de dezena e meia de pessoas, distintas entre si, mostravam que “a Maria tinha muitas famílias”. Sagaz observação. Pelo meu lado, conhecia, o melhor que me foi permitido, a Professora Maria de Sousa, e sabia que assim era. Além daquela que era a sua, criou muitas outras “famílias”, cujo convívio fomentava, criando laços e afectividades e potenciando sinergias, mas garantindo que as origens, especificidades e privacidades de cada um eram preservadas.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes