A racionalidade da atual intervenção na TAP assenta na ideia da salvação da empresa. Isso é fácil de perceber. Mas, a seguir, qual é o plano? Qual é o projeto industrial? Quando Bruxelas obrigar a uma reestruturação profunda, é o Estado que vai assumir esse ónus? Em quantos anos a nova gestão garante pôr a empresa no verde? Se os prejuízos se acumularem, obrigando a novas injeções de capital - sempre com remédios de Bruxelas - vamos brincar como no Novo Banco e fingir que não sabíamos o que aí vinha nos muitos anos difíceis que tínhamos pela frente?
Antes de tudo, um esclarecimento. Em períodos normais não se começa um texto de opinião com um esclarecimento, mas estamos numa época em que quem é contra a intervenção na TAP passa por fanático do mercado e quem a defende passa por discípulo de Hugo Chávez. Não escolhemos a época em que vivemos, mas é melhor seguir as suas regras. E estas ditam que se diga à cabeça em que equipa alinhamos.
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