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Covid-19. Quem deve ser vacinado primeiro?
Getty Images
Bom dia, este é o seu Expresso Curto desta segunda-feira, 30 de Novembro, véspera de um feriado confinado, depois de um fim de semana confinado para boa parte do país. Ainda não há vacina para a covid-19, ainda não há plano para a vacinação da covid-19, mas já há regras e polémicas e grupos prioritários e mudanças na posição dos grupos prioritários.
Venha daí comigo
Começo por lhe deixar aqui um artigo com as regras previstas para este dia (por exemplo, o comércio está aberto até mais tarde que no fim de semana, mas tem horários mais apertados que os dos dias normais da semana)
Num ano de 2020 tão marcado pela pandemia que colocou as nossas vidas de pernas para o ar, a notícia da possível chegada de uma cura é de tal modo retemperadora e regeneradora que merece toda a atenção. Os desenvolvimentos em torno da chegada de uma vacina são seguidos com detalhe.
Na última sexta-feira, na edição semanal do Expresso, noticiámos como a Direcção Geral de Saúde tinha apresentado uma proposta que fazia com que os idosos ficassem em quinto lugar das prioridades na toma da vacina. As reacções negativas não se fizeram esperar, a começar pelo próprio primeiro-ministro.
A equipa liderada por Francisco Ramos, antigo secretário de Estado da Saúde, deve ter o plano pronto nos próximos dias. Mas os detalhes vão sendo conhecidos.
E na última noite ficámos a saber que nesse documento os idosos já estão mais acima na lista das prioridades.
Cinco notas a reter:
-As primeiras doses podem estar disponíveis a partir de janeiro (Pfizer) e fevereiro (Moderna).
-A vacinação deverá ser gratuita, universal e, mesmo que não obrigatória, será organizada uma campanha de sensibilização (em Inglaterra por exemplo pondera-se usar estrelas do futebol como Rashford).
-Idosos, residentes e funcionários de lares deverão ser os primeiros com acesso às vacinas, seguindo-se os profissionais de saúde, segurança e proteção civil.
-No total, a Portugal deverão chegar 22 milhões de doses sendo que será o SNS a fazer a sua gestão e administração, inicialmente, em centros de saúde.
-As vacinas da Pfizer, Astrazeneca e Moderna, as que já estão a ser avaliadas pela EMA, exigem duas doses por pessoa, com um intervalo entre 3 a 4 semanas, enquanto a da Johnson&Johnson-Janssen só deveria precisar de uma toma.
Quanto aos últimos dados da covid 19, a boa notícia é que o centro europeu que acompanha a pandemia diz que os números devem baixar fortemente ao longo do próximo mês, em Portugal e noutros países. A menos boa é que para tal é necessário que as medidas restritivas se mantenham nos próximos tempos.
Aqui ficam os números da covid 19 em Portugal nas últimas 24 horas, que parecem dar conta de um decréscimo do número de infectados – o que pode confirmar a ideia que o pico da segunda vaga da pandemia já estará a ser ultrapassado.
Se olharmos para os números agregados da última semana, verificamos que foi particularmente negra no número de mortes. Isto apesar da tendência de descida no número de novos infetados.
CONGRESSO DO PCP
E pronto, os comunistas lá fizeram o seu congresso e podem levar a taça de grandes organizadores de eventos políticos que respeitam as regras da DGS em tempos de pandemia.
Marca forte do encerramento do congresso comunista de Loures foi a mensagem deixada por Jerónimo de Sousa, de que o partido continua disponível para negociar com o PS, mas que esse apoio tem um preço. Uma ideia chave, quando se sabe que ainda agora passaram poucos dias da viabilização do OE para 2021. E quando se sabe que as medidas negociadas entre Governo e PCP têm uma factura associada de cerca de 600 milhões de euros. E quando se sabe que a margem de negociação para António Costa nesta Legislatura se estreitou bastante.
Aqui pode ler a análise do Editor de Política do Expresso.
Quando se olha para o PCP, as mudanças e as notícias devem muitas vezes ser lidas em pequenos sinais que vão sendo dados. Pode ser o caso da subida de João Ferreira, o candidato presidendial do partido, à comissão política comunista (um elite dentro do Comité Central, embora ainda abaixo do mais restrito Secretariado). Isto num congresso em que na liderança se manteve tudo exactamente na mesma, com Jerónimo eleito para mais quatro anos como secretário-geral do partido.
Aqui uma análise mais fina mostra os países estrangeiros mais referidos na cartilha, ou cassete comunista de Jerónimo de Sousa. Síria, Venezuela, Bolívia, Chile. Com um quase completo esquecimento de países outrora muito referidos, como Cuba.
Aqui pode ler a reportagem do Expresso na aldeia gaulesa do Astérix que foi no fim de semana Loures para os comunistas portugueses.
Finalmente, o Expresso da Manhã, o mais recente podcast aqui da redação, fala hoje precisamente do Congresso do PCP.
OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro,
Hungria e Polónia, dois países do leste europeu em que os valores democráticos têm vindo a sofrer alguma erosão, estão a bloquear a chamada bazuca europeia de apoio à recuperação da pandemia. Tudo devido à norma que liga a atribuição de verbas ao respeito pelo Estado de Direito no respetivo país. Ora, neste caso, a posição portuguesa está a ser alvo de críticas e dúvidas.
Hacker português detido pela PJ ameaçou expor dados do Governo brasileiro
Miguel Poiares Maduro é um académico de excelência e um político de grande competência. Nos últimos tempos parece especializar-se em ir lançando nomes. Foi o caso de Portas para candidato autárquico da direita em Lisboa. E agora falou no nome de Pedro Passos Coelho para no futuro substituir Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia.
André Ventura continua a sua saga de destilar ódio e avançar com propostas que, se fossem realidade, iam comendo bocados e bocados da democracia e da liberdade. Esta, de proibir imagens de polícias, é só mesmo mais uma.
O número de casos de legionella no norte do país parece estar a diminuir.
Continua a greve de fome de figuras do sector da restauração, em frente à Assembleia da República. Ljubomir Stanisic é um dos nomes que entrou no protesto.
Aqui pode ouvir a conversa com Roberta Medina, que esteve no podcast da Blitz.
Lá fora,
Não sei se se pode dizer que se trata de uma entrada com o pé esquerdo, mas... Joe Biden fracturou um pé no fim de semana, numa brincadeira com o seu cão. O presidente eleito dos EUA tem um pastor alemão. E além disso já fez saber que vai adoptar um gato quando chegar à Casa Branca, mantendo uma longa tradição de animais de estimação presidenciais - tradição interrompida por Trump.
As Nações Unidas fizeram saber que caso a nova administração norte-americana de Joe Biden avance mesmo com um pedido formal para regressar ao acordo climático de Paris (firmado em 2015 e do qual Donald Trump se desvinculou), este poderá ser efectivado no prazo de um mês.
É sabido que a Alemanha é dos estados que mais está a investir e apoiar na recuperação da sua economia (provavelmente também é dos que mais pode). As empresas do país já receberam qualquer coisa como 10 mil milhões para fazer face a este período.
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, diz estar convicto de que o pior já passou. Ainda assim, propôs medidas de confinamento para os próximos meses no Reino Unido, que vão ser discutidas no Parlamento esta terça-feira.
Um ataque terrorista do Boko Haram na Nigéria fez mais de 70 mortos.
Darth Vader, um dos mais famosos vilões da história dos vilões, morreu este sábado (ou melhor, o ator que lhe deu vida). May the force be with him...
TRIBUNA
Ver o nome de Lewis Hamilton inscrito como vencedor de uma prova de Fórmula 1 está a tornar-se quase uma não notícia. Desta vez foi no Bahrein e significa a 95ª vitória da carreira do piloto inglês.
A justiça argentina está a investigar o médico de Maradona, já o tendo indiciado por suspeitas de homicídio negligente.
Em Inglaterra, José Mourinho e o seu Tottenham continuam no topo da tabela, depois de terem conseguido um empate a zero no terreno do Chelsea. Outros portugueses em destaque foram Podence e Neto, que marcaram na vitória dos Wolves no terreno do Arsenal. E Bruno Fernandes, decisivo na reviravolta com United contra o Southampton.
Por cá, esta noite fecha a jornada da I Liga, com o Benfica a defrontar o Marítimo na Madeira.
FRASES
"Não estamos aqui a prazo datado", Jerónimo de Sousa, secretáro-geral do PCP, no encerramento do congresso comunista
"O Chega talvez ajude a criar um espaço de discurso público isento dos constrangimentos e dos tabu que têm impedido a livre expressão de quem não se revê no socialismo", Maria de Fátima Bonifácio, Público
"Contrato do Novo Banco? É o que está escrito, lamento", Rui Nuno Baleiras, coordenador da UTAO, Jornal de Negócios
"Prescindir dos privados seria lutar com um braço amarrado", Óscar Gaspar, Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Jornal de Notícias
O QUE ANDO A LER
Na última edição do Expresso publicámos uma entrevista exclusiva para Portugal a Barack Obama, o ex-presidente norte-americano. Entrevista a propósito do seu mais recente livro.
Com lançamento internacional praticamente idêntico ao nacional, “Terra Prometida”, o primeiro volume das memórias de Barack Obama já está nas livrarias portuguesas. E as quase oitocentas páginas do livro, que passam pela ascensão meteórica do político norte-americano, que o levou em poucos anos ao cargo de homem mais poderoso do planeta, até ao período de oito anos na Casa Branca, têm ocupado os meus tempos livres.
Além do olhar na primeira pessoa para momentos decisivos da sua presidência, como a aprovação do chamado Obamacare e o programa de recuperação económica depois da estrondosa crise financeira de 2008, transportando-nos para dentro da cabeça de quem liderou esses momentos, o livro chama a atenção pela forma como Obama vai revelando alguns pormenores e detalhes deliciosos da vida como chefe do estado norte-americano, mas também sobre a relação com Michelle. Por exemplo, o vício do tabaco: “havia um outro alivio para stress sobre o qual não gostava de falar e que foi uma fonte de tensão crónica ao longo do nosso casamen. Eu continuava a fumar cinco (ou seis, ou sete) cigarros por dia“. Vício que a presidência não ajudou a abandonar.
Ou este outro sobre a célebre Sala de Crise na Casa Branca: “Eu sempre a imaginara como um espaço cavernoso e futurista, ladeado de ecrãs que chegavam até ao tecto com imagens de satélite e radar de alta resolução, a fervilhar de pessoal com fardas elegantes a controlar fileiras de geringonças e engenhocas da mais recente tecnologia. A realidade era menos exuberante: não passava de uma sala de reuniões vulgar, incluída num labirinto de outras pequenas salas enfiadas num canto do primeiro piso da Ala Ocidental. O espaço era exíguo”.
Uma excelente leitura e uma excelente prenda para esta quadra, estou certo.
Por hoje é tudo, eu fico por aqui. Vá acompanhando toda a actualidade no site do Expresso. E cuide de si.
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