Longevidade

A longevidade é o futuro da medicina

A longevidade é o futuro da medicina
Jonas Gratzer/Getty Images

Novas terapias, tecnologias, tratamentos inovadores. Estes foram alguns dos temas em discussão no primeiro dia do Longevity Med Summit

Dedicado sobretudo a temas ligados à saúde e à medicina, o Longevity Med Summit arrancou nesta quinta-feira, em Cascais. O evento traz a Portugal alguns dos principais especialistas e investigadores na área da longevidade. Perante o anfiteatro da Casa das Histórias Paula Rego, mais de uma dezena de oradores abordaram o futuro da medicina, o recurso à inteligência artificial, novas terapias, suplementação e tecnologia. Foram apresentados vários projetos internacionais que ainda estão, no entanto, longe de chegar aos hospitais.

“O principal objetivo do evento é fornecer e partilhar conhecimento com a comunidade médica, de forma a ajudar os pacientes a viverem mais anos e com mais saúde. O futuro da medicina é a longevidade, com principal foco no envelhecimento saudável”, lê-se na apresentação do encontro, que termina nesta sexta-feira.

Estas foram as principais conclusões:

Inteligência artificial

Evelyne Bischof, médica no Renji Hospital, na China, diz que “não existe cura para o envelhecimento”. “Mas a inteligência artificial tem um papel fundamental na análise de dados e coloca-nos perante algo que nos ajuda a prever doenças e criar terapias. Há fármacos que já foram criados por inteligência artificial”, afirmou ao Expresso. Questionada sobre o atual momento desta tecnologia, a investigadora considera que está “cada vez mais próxima do cidadão comum”. “Temos de nos lembrar que estamos a falar de uma máquina que usa dados e que estes são limitados no tempo.”

Clínicas da longevidade

São cada vez mais uma alternativa aos lares tradicionais e às clínicas ou hospitais como os conhecemos. Focados em cuidados personalizados, à medida de cada paciente, juntam cuidados médicos e tratamentos de bem-estar, com atendimento em função das necessidades específicas de cada pessoa. Longevity Center Group (Polónia e Alemanha), Sheba Longevity Center (Israel), Clinique La Prairie (Suíça) e SHA Wellness Clinic (Espanha) são alguns exemplos. Muitos dos clientes escolhem estes locais numa lógica de ‘férias cirúrgicas’.

Biotecnologia

É uma das áreas da saúde que tem conhecido maiores desenvolvimentos nos últimos anos. Durante o Longevity Med Summit, foram apresentados vários projetos-piloto ligados à saúde. Nika Pintar é uma mulher saudável, mas a mãe morreu com leucemia e o pai com um ataque cardíaco, aos 47 anos. Para contrariar este ciclo, criou a Ani Biome. O objetivo é fazer diagnósticos precoces através de dados biométricos, permitindo que um paciente faça o seu próprio scan diário em apenas um minuto.

Sabendo que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte a nível global, Vicent Linder fundou a Calciscon, que comercializa uma plataforma essencial para gerar conhecimento sobre o envelhecimento vascular e o desenvolvimento de doenças crónicas.

Câmaras hiperbáricas

Embora longe de estarem acessíveis ao cidadão comum, as câmaras hiperbáricas são um tratamento baseado na respiração de oxigénio em grande quantidade. Segundo o médico Shai Efrati, diretor do Sagol Center for Hyperbaric Medicine (Israel), trata-se de um método para “preservar a performance a longo prazo”, no sentido da regeneração das células.

Custos

Fabrizio d’Adda di Fagagna, biólogo do italiano Institute of Molecular Genetics, defende que o envelhecimento coloca desafios a vários níveis, nomeadamente económico. “Um idoso custa sete vezes mais ao sistema de saúde do que um jovem. Isto leva a uma mudança sistémica na sociedade”, disse ao Expresso. Do ponto de vista médico, continua, “o envelhecimento é inevitável, mas pode ser contrariado com fármacos e intervenções médicas”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: scbaptista@impresa.pt

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