PSD-Madeira disponível para acordos com António Costa

Numa altura em que António Costa procura parceiros que possam contribuir para a maioria absoluta que o PS não conseguiu alcançar sozinho na Assembleia da República, o PSD-Madeira disponibiliza-se para negociações pontuais com os socialistas. "Ainda não falámos, nem houve qualquer tipo de contacto, mas há sempre abertura da nossa parte para encontrar formas de defender os interesses da Madeira", diz ao Expresso o vice-presidente do Governo Regional da Madeira, Pedro Calado.

O número 2 do executivo regional, e dirigente do PSD madeirense, reconhece que, fechado este ciclo eleitoral, que incluiu eleições na Madeira e eleições legislativas com duas semanas de intervalo, "começa um novo ciclo de entendimentos para os quais temos de estar disponíveis".

Durante a campanha para as eleições regionais, Miguel Albuquerque e António Costa trocaram acusações muito duras, mas Pedro Calado considera que essa fase está ultrapassada. Agora, sem maioria absoluta na Assembleia da República, os sociais-democratas madeirenses admitem fazer o mesmo que já aconteceu no passado: o voto favorável ao PS em leis importantes em troca de benefícios para a região autónoma. Alberto João Jardim nunca hesitou em fazê-lo no tempo das maiorias relativas de António Guterres, mesmo quando isso causou tensão política com a direção nacional do PSD. É esse o cenário que poderá repetir-se agora.

"Desde que os interesses da Madeira sejam salvaguardados, temos de estar disponíveis para esse diálogo", frisa Pedro Calado.

O PSD elegeu três deputados pela Madeira no domingo passado. Só por si não chegam para fazer maioria com o PS, mas se se somarem, por exemplo, aos quatro deputados do PAN, podem chegar aos 115 ou 116 deputados (dependendo do PS ficar com 108 ou 109 na contagem dos deputados eleitos pelos círculos da emigração).