União Europeia

Catargate: livre da prisão domiciliária, Eva Kaili quer regressar ao Parlamento Europeu

Catargate: livre da prisão domiciliária, Eva Kaili quer regressar ao Parlamento Europeu
European Union 2022 - Source : E/Reuters

A antiga vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili, que está a ser investigada no escândalo de corrupção conhecido como Catargate, deixou de estar sob viligância por pulseira eletrónica e já pode sair em liberdade. Os advogados admitem agora que deverá reassumir as funções de eurodeputada

Os advogados de Eva Kaili garantem que a eurodeputada deve retomar as suas funções no Parlamento Europeu, revela, nesta sexta-feira, o POLITICO. O anúncio foi feito um dia depois de a procuradoria belga ter adiantado que Eva Kaili já não se encontrava em prisão domiciliária.

Num comunicado conjunto, a que o POLITICO teve acesso, os advogados Sven Mary e Michalis Dimitrakopoulos informam: "A partir de hoje, Eva Kaili está livre para deixar a sua residência e exercer plenamente todos os seus direitos e obrigações decorrentes do seu estatuto de membro do Parlamento Europeu." Segundo os advogados, a proibição de deixar a Bélgica, que lhe foi imposta, “não perturba” Eva Kaili, que "só regressará à Grécia após a sua defesa judicial”. A equipa de defesa garante ainda que “as provas que comprovam a inocência de Kaili aumentam de dia para dia”.

A medida de restrição que impede a eurodeputada de viajar para qualquer lugar, incluindo Estrasburgo, em França, onde decorrem as sessões plenárias do Parlamento Europeu, também a impossibilitam de exercer as suas funções em pleno. Questionado pelo POLITICO sobre essa medida proibitiva, o advogado Michalis Dimitrakopoulos mostrou-se confiante de que a situação será resolvida em breve.

Eva Kaili foi detida há cinco meses pela polícia belga, no âmbito de uma investigação em curso sobre práticas de corrupção no Parlamento Europeu.

A antiga vice-presidente, que está a ser investigada no escândalo de corrupção, deixou, na quinta-feira, de estar sob viligância por pulseira eletrónica. A notícia foi avançada pela agência France-Presse, que cita Eric Van Duyse, um porta-voz da instância judicial responsável pelo Catargate.

Eva Kaili foi libertada da prisão em meados de abril, sob a condição de permanecer em prisão domiciliária com uma pulseira eletrónica que permitisse vigiar a sua localização.

No início de maio, o eurodeputado belga Marc Tarabella e o assistente parlamentar italiano Francesco Giorgi, que tamvém estão a ser investigados no mesmo processo, ficaram em liberdade, mas sob supervisão.

O caso surgiu em dezembro de 2022, quando investigadores belgas apreenderam - durante buscas em Bruxelas, nas casas de Kaili e de eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri - cerca de 1,5 milhões de euros em malas e sacos.

O juiz Claise suspeita da existência de pagamentos em dinheiro em troca de decisões políticas ou posições favoráveis aos interesses do Catar e de Marrocos no Parlamento Europeu, o que Doha e Rabat negam.

Panzeri admitiu que os investigados orquestraram a fraude e o seu ex-assessor parlamentar Francesco Giorgi é suspeito de ter desempenhado um papel importante neste processo.

O antigo eurodeputado Panzeri - figura do mundo sindical italiano e líder de ONGs desde 2019, em Bruxelas - implicou posteriormente Marc Tarabella, que nega ter cometido qualquer ilegalidade ou irregularidade, tal como Kaili.

Um sétimo suspeito, o eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, é alvo de um mandado de detenção europeu emitido pelo juiz Claise, mas já contestou a obrigação de comparecer perante os tribunais belgas.

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