Papa reza pelo Oriente e contra o aborto e a eutanásia
30.03.2013 às 0h17
Cerca de 15 mil pessoas assistiram hoje ao percorrer da primeira via-sacra do papa Francisco no Coliseu de Roma.
O papa Francisco presidiu hoje à sua primeira via-sacra no Coliseu de Roma, rezando com milhares de fiéis pelo Oriente em guerra e contra o aborto e a eutanásia.
Depois de uma cerimónia inédita na quinta-feira santa num estabelecimento prisional para menores em Roma, onde lavou os pés de dois muçulmanos e duas mulheres, o papa de 76 anos, vestido de branco, seguiu concentrado, hoje à noite, as meditações das 14 estações da via-sacra.
Segundo a AFP, 15.000 pessoas, algumas transportando luminárias e velas, assistiram recolhida ao percorrer da via-sacra.
Francisco não transportou a cruz, tendo-se instalado, tal como o seu predecessor, na colina do Paladino sob um toldo vermelho, dominando o anfiteatro onde, durante o Império Romano, milhares de cristãos foram martirizados.
Apelo a um "Oriente mais fraterno"
Seminaristas chineses, famílias italianas, religiosos do Líbano e da Nigéria, e jovens brasileiros transportaram a cruz em torno do Coliseu.
As meditações colocaram a tónica nas guerras no Médio Oriente, sem citar o conflito sírio: "que o sangue das vítimas inocentes seja a semente de um Oriente mais fraterno" que ressurja como "berço das civilizações".
A sua redação foi confiada a dois jovens libaneses pelo cardeal maronita Bechara Boutros Rai, segundo desejo do papa emérito Bento XVI.
Francisco recordou a viagem de Bento XVI ao Líbano, em setembro passado, prestando homenagem aos muçulmanos: "nós vemos agora a beleza e a força da comunhão dos cristãos nessa terra e a amizade dos nossos irmãos muçulmanos e de muitos outros".
Cruz de Jesus é resposta ao mal do mundo
Um canto dos cristãos maronitas em árabe acompanhou a cerimónia.
Os fiéis do Médio Oriente vivem uma coexistência por vezes difícil com os muçulmanos, a ascensão dos muçulmanos, a partida de muitos entre eles para o ocidente".
Os textos dos jovens libaneses pediram a favor das "Igrejas Orientais que enfrentam várias dificuldades", e por vezes mesmo "a perseguição".
As meditações tiveram também em conta o que a Igreja Católica considera ameaças nos países ocidentais, como o aborto, a eutanásia ou as manipulações genéticas: "oremos por todos que promovem o aborto. Pensemos também nos defensores da eutanásia e os que encorajam as técnicas e os processos que põem em causa a vida humana".
O papa encerrou a cerimónia que decorreu com profundo recolhimento, com palavras simples: "nesta noite uma única palavra deve permanecer, é a da Cruz ela mesma. A Cruz de Jesus é a palavra pela qual Deus responde ao mal do mundo".