Internacional

Militares americanos poderão voltar a combater no Iraque

17 setembro 2014 12:56

Manifestantes contra a intervenção no Iraque tiveram de ser retirados da sala no início da audição a Dempsey

jim lo scalzo/epa

Declarações do responsável máximo do Pentágono vão contra a garantia do Presidente Obama. Os ataques aéreos poderão não ser suficientes para destruir o Estado Islâmico, admitiu o general Martin Dempsey perante o Senado.  

17 setembro 2014 12:56

Tropas norte-americanas poderão vir a juntar-se às forças iraquianas no terreno para combater o Estado Islâmico, indicou esta terça-feira o general Martin E. Dempsey. As declarações feitras perante o comité do Senado para as forças armadas vão no sentido oposto à garantia dada na semana passada pelo Presidente Barack Obama, de que não voltaria a enviar militares para operações terrestes no Iraque.

Uma nova intervenção militar no Iraque é encarada com bastante desagrado por muitos norte americanos e a audição a Dempsey - que ocorreu um dia depois de aviões de guerra norte-americanos terem lançado ataques a ocidente de Bagdade - começou com manifestantes a terem de ser retirados da sala.

Com bastante diplomacia, o general atenuou a perspetiva do Presidente norte-americano, afirmando ter confiança na estratégia de procurar destruir-se o Estado Islâmico através de uma coligação liderada pelos Estados Unidos, acrescentando contudo que poderá vir a aconselhar Obama ao recurso a um "apoio próximo ao combate", nomeadamente quando se tentar reconquistar Mosul, a segunda maior cidade iraquiana.

 

1600 militares norte-americanos no Iraque

"Para ser claro, se chegarmos a um ponto em que eu pense que os nossos conselheiros devam acompanhar as tropas iraquianas em ataques contra alvos específicos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (outra designação com que os Estado Islâmico se apresenta), eu irei recomendá-lo ao Presidente", afirmou.

Questionado sobre o facto da colocação de homens em combate no terreno ir contra a perspeciva de uma intervenção com menores riscos para os militares, Dempsey referiu que o Presidente lhe pediu para o ir aconselhando à medida que as operações avançam.

O general esclareceu que a perspetiva de uma longa intervenção tornará menos viável manter-se a estratégia de não intervenção direta no terreno, especialmente se os combates contra os jihadistas se deslocarem para cidades densamente povoadas, onde os ataques aéreos serão menos eficazes e a probabilidade de vítimas civis muito mais elevada.

Desde junho que cerca de 1600 militares norte-americanos se encontram no Iraque, mas até aqui têm-se dedicando sobretudo ao aconselhamento, em centros conjuntos de coordenação das operações, e à defesa da sua Embaixada em Bagdade e do consulado de Irbil.