Macaco astronauta iraniano preocupa Estados Unidos

O Departamento de Estado norte-americano considerou que o lançamento espacial de um macaco, ontem anunciado pelo Irão, constitui uma violação das resoluções das Nações Unidas, que proíbem o país de "encetar quaisquer atividades relacionadas com mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares".

As imagens de um macaco, que terá sido enviado e regressado do espaço são e salvo numa cápsula, foram ontem apresentadas pelo canal da televisão iraniana Al-Alam, enquadradas por declarações do ministro da Defesa iraniano que disse tratar-se de "um grande passo" para o seu programa espacial, que tem o objetivo anunciado de enviar astronautas para o espaço até 2020.

"Não temos qualquer forma de confirmar isto em relação ao primata, mas as nossas preocupações com o desenvolvimento de tecnologias de lançamentos espaciais iranianas são, obviamente, bem conhecidas", declarou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Victoria Nuland.

Anteriores tentativas haviam fracassado

"Qualquer veículo de lançamento espacial capaz de colocar um objeto em órbita é diretamente relevante para o desenvolvimento de mísseis balísticos de longo alcance, bem como de tecnologias de pequenos veículos de lançamento", acrescentou.

A organização da indústria aeroespacial do Ministério da Defesa iraniano anunciou que o macaco foi lançado até 120 quilómetros de altitude dentro da cápsula "Pisgham" ("Pioneiro") e que esta e o símio foram recuperados sem qualquer dano.

Até aqui, o lançamento de macacos para o espaço nunca tinha sido bem sucedido. Os Estados Unidos tentaram fazê-lo em 1948, mas o animal sufocou durante a viagem. Em 2011, Teerão anunciou que tentara fazê-lo mas fracassara, não adiantando mais informações sobre o sucedido.

O Irão enviou, desde 2009, três satélites para o espaço e, em fevereiro de 2010, uma cápsula com um rato, tartarugas e insetos.