A Saint Javelin é uma empresa social que ajuda a angariar fundos usando as redes sociais como plataforma de acesso à comunidade internacional que apoia a Ucrânia na guerra em curso. Combina no seu nome a santidade e uma arma mortífera, mas de defesa antitanque, frisa a sua dirigente Yulia Tymoshenko. Não a confunda com a antiga primeira-ministra ucraniana do início do século.
Os membros da Saint Javelin tornaram-se incontornáveis nas redes socais. A sua última campanha, em parceria com jornal “Kyiv Independent”, angariou o equivalente a 20 mil euros, que serão doados ao grupo voluntário de paramédicos Hospitallers, a trabalhar na linha da frente. O Expresso conversou com Tymoshenko, diretora de Marketing da Saint Javelin em Kiev.
Podemos separar esta guerra das redes sociais?
Não, porque na verdade somos uma das linhas da frente, a da informação. O espaço informativo, nas redes sociais, ocupa hoje uma grande fatia que antes pertencia aos meios de comunicação tradicionais. Os canais tradicionais são mais fáceis de controlar pelos governos, como na Rússia. As redes socais são muito mais caóticas. Há muitos anos que a Rússia começou a lutar nesta frente informativa das redes sociais. Mesmo antes da invasão da Ucrânia, em 2014, e das eleições nos Estados Unidos em 2016. Vemos muitas bots farms e troll farms ligadas à Agência Russa de Informação. Eles sabem quão importante é controlar este novo meio do espaço informativo que são as redes sociais. Vimos os efeitos políticos desta propaganda na Europa e na América. Em 2022, os ucranianos entenderam pela primeira vez a importância de lutar na frente informativa, em particular nas redes sociais. Começámos a produzir conteúdo, partilhar as nossas histórias, partilhar testemunhos, partilhar memes. É o que a Saint Javelin faz. Depois, há todo o conteúdo de guerra que circula por aí. É a guerra mais documentada em termos de vídeos e fotos, porque todos os soldados na linha de frente têm um telefone e podem enviar informação imediatamente para as redes sociais. É algo que nunca vimos antes.
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