Guerra na Ucrânia

UE quer assinalar aniversário da invasão com 10.º pacote de sanções à Rússia

UE quer assinalar aniversário da invasão com 10.º pacote de sanções à Rússia
EPA / SERGEY DOLZHENKO

A União Europeia vai “obrigar Putin a pagar de duas formas pela sua guerra atroz”. Em visita a Kiev, a presidente da Comissão Europeia anunciou que está a ser planeado um novo pacote de sanções, e tornou oficial que será criado um centro para investigar eventuais crimes de guerra. Von der Leyen diz que os procuradores da Ucrânia e da União Europeia estão a “recolher provas” que comprovem os crimes cometidos

A União Europeia conta adotar o décimo pacote de sanções à Rússia até 24 de fevereiro, data em que se assinala um ano desde o início da invasão da Ucrânia, anunciou esta quinta-feira a presidente da Comissão Europeia em Kiev.

Numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por ocasião da reunião entre o colégio da Comissão Europeia e o governo ucraniano celebrada em Kiev, Ursula von der Leyen garantiu que a UE vai continuar a fazer o Presidente russo, Vladimir Putin, pagar pela sua guerra atroz, com a adoção de novas sanções ainda este mês.

“Antes de Rússia começar a guerra, alertámos muito claramente sobre os custos económicos enormes que iríamos impor em caso de invasão, e hoje a Rússia está a pagar um preço elevado, à medida que as nossas sanções estão a asfixiar a sua economia”, apontou a presidente do executivo comunitário.

“E vamos levar a pressão ainda mais longe. Vamos introduzir, com os nossos parceiros do G7, um limite de preço adicional aos produtos petrolíferos da Rússia e, a 24 de fevereiro, exatamente um ano desde que a invasão começou, contamos implementar o décimo pacote de sanções”, anunciou então.

Von der Leyen acrescentou que “a Rússia também terá de pagar pela destruição que está a causar, e terá de contribuir para a reconstrução da Ucrânia”.

“Para tal, estamos a explorar com os nossos parceiros como usar os bens públicos da Rússia [congelados pela UE no quadro das sanções] em benefício da Ucrânia”, disse.

Na passada segunda-feira, a UE decidiu prolongar por mais seis meses, até 31 de julho de 2023, as sanções que visam setores específicos da economia da Rússia, em vigor desde 2014, por ocasião da anexação da Crimeia.

Em comunicado, o Conselho da UE anunciou ter decidido prolongar por seis meses as sanções, que começaram a ser adotadas em 2014, em resposta às ações da Rússia para destabilizar a situação na Ucrânia, com a anexação ilegal da península da Crimeia, e agravadas, com sucessivos pacotes de medidas restritivas, após a ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Centro para investigar crimes de guerra abre em breve

NACHO DOCE/Reuters

Vai ser instalado em Haia, nos Países Baixos, um centro para investigar eventuais crimes de agressão russos na Ucrânia, que poderá entrar em funcionamento dentro de pouco tempo, anunciou a presidente da Comissão Europeia.

A ideia não é novidade, mas Ursula von der Leyen oficializou-a em Kiev, na Ucrânia: “A Rússia tem de ser responsabilizada nos tribunais pelos seus crimes odiosos. Tenho o prazer de anunciar hoje a criação de um centro para investigar o crime de agressão que vai ser instalado em Haia […], vamos poder lançá-lo rapidamente.”

Ladeada pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no arranque de dois dias de contactos entre responsáveis da União Europeia e de Kiev, von der Leyen referiu que “os procuradores da Ucrânia e da União Europeia estão a trabalhar em conjunto” e a “recolher provas” que comprovem os crimes cometidos pela Federação Russa desde o início da invasão, a 24 de fevereiro do ano passado.

O centro, que vai ser coordenado pela Agência da União Europeia para a Cooperação em Justiça Criminal (Eurojust), vai “obrigar Putin a pagar pela sua guerra atroz”, declarou.

Moscovo também “tem de pagar a destruição que provocou e vai contribuir para a reconstrução da Ucrânia”, afirmou a presidente da Comissão.

Por isso, a União Europeia está a “trabalhar com os parceiros” para encontrar uma maneira de utilizar “os bens públicos da Rússia para a reconstrução” do território ucraniano depois da guerra.

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