Zelensky: “Com os referendos de anexação, Putin anulou qualquer hipótese de diálogo”
Em entrevista ao “El País”, Zelensky afirma que a Ucrânia está a lutar “para que não haja um segundo ou um terceiro país invadido”
Em entrevista ao “El País”, Zelensky afirma que a Ucrânia está a lutar “para que não haja um segundo ou um terceiro país invadido”
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista ao jornal “El País”, na qual afirma que “a Rússia não pertence ao mundo civilizado, é uma organização terrorista”.
Para Zelensky, “é importante destacar que esta é uma guerra contra a agressão russa”. E argumenta: “Não fomos com armas nucleares, com mísseis guiados, com drones iranianos ou com tanques invadir territórios estrangeiros. Não violamos as mulheres e crianças russas nem torturamos aldeias”.
O chefe de Estado insiste que a Ucrânia está a lutar “para que não haja um segundo ou um terceiro país invadido”, mas deixa um alerta à Bielorrússia: “A guerra começou porque a Rússia não nos considera um país independente, um país europeu. O mesmo acontecerá na Bielorrússia, onde a população também quer ser independente”.
Na opinião de Zelensky, a Rússia “deve ser isolada até que entenda que tem os mesmos direitos que os restantes países”. E “se [os russos] não querem ser democráticos no seu território, pelo menos têm de atuar de forma democrática com outros países”, pois “não têm de impor a sua visão do mundo”.
Questionado sobre a possibilidade de conversações entre Kiev e Moscovo para encontrar uma solução de paz, Zelensky diz que, “com os referendos de anexação, Putin anulou qualquer hipótese de diálogo”.
Para o Presidente ucraniano só há um caminho para a resolução do conflito: “Se os russos se retirarem e reconhecerem que estão terrivelmente equivocados - se é que se pode chamar um erro a isto tudo -, então podemos encontrar uma forma para o diálogo”.
Sobre uma eventual adesão à União Europeia, Zelensky apela aos líderes da UE que “não tenham medo de integrar a Ucrânia”, embora esteja consciente de que “há países que não querem acelerar o processo”.
Ainda assim, garante: “A Ucrânia fará parte da UE”. Quando? “Não quero dizer se será mais cedo ou mais tarde, porque considero que já é tarde”, atira.
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