Rússia nega sabotagem nos gasodutos e diz que investigação internacional sobre explosões no Nord Stream está a ser "manipulada"

A Rússia criticou esta terça-feira a investigação internacional sobre as fugas ocorridas em setembro nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportam gás russo para a Europa, alegando que foi “manipulada” para acusar Moscovo de sabotagem.

"Pelo que ouvimos de declarações feitas na Alemanha, França ou Dinamarca, esta investigação está a ser organizada de forma a atirar culpas à Rússia, o que é um absurdo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A Rússia acusa os países ocidentais de estarem por detrás das explosões que causaram as fugas nos dois gasodutos, que não estavam em funcionamento no momento dos incidentes, mas que ainda continham gás.

Peskov argumentou hoje que "a Rússia não faria explodir o seu próprio gasoduto”, repetindo o apelo de Moscovo para ser associada à investigação em curso, que está a ser realizada por vários países por onde passam os dois Nord Stream, que ligam a Rússia diretamente à Alemanha.

"Só podemos lamentar que toda a investigação ocorra num grupo muito, muito pequeno, sem a participação da Rússia, que é co-proprietária do gasoduto", lamentou Peskov.

A Rússia abriu a sua própria investigação sobre as explosões, embora não tenha a capacidade de investigar as fugas nos locais onde ocorreram.

Alemanha concluiu que foi “provavelmente sabotagem”

Um relatório de Investigadores alemães conclui que a série de explosões sentida em setembro ao longo do principal gasoduto subaquático Nord Stream foi “provavelmente resultado de sabotagem”, segundo avança o canal ucraniano Suspilne, citando algumas informações veiculadas pelo Wall Street Journal alegando que “algumas autoridades alemãs dizem estar a trabalhar no pressuposto que a Rússia está por trás destas explosões”.

As explosões causaram vazamentos em três dos quatro tubos que fazem parte dos gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2 construídos sob o Mar Báltico para transportar gás natural da Rússia para a Europa.

Moscovo negou estar envolvido e disse que os atentados foram um “ataque terrorista visando interesses russos”, refere ainda o canal Suspilne, lembrando que uma investigação sueca tinha concluído que as explosões eram “provavelmente sabotagem”, à semelhança do que também tinha dito a NATO.