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Guerra na Ucrânia

A Rússia está sob pressão, mas guarda uma arma: "Se pode danificar gasodutos, pode atingir cabos de dados. É o sistema nervoso do mundo"

"A Rússia está agora mais isolada internacionalmente do que a União Soviética jamais esteve"
"A Rússia está agora mais isolada internacionalmente do que a União Soviética jamais esteve"
ALEXANDER NEMENOV

A invasão da Ucrânia produziu vários resultados opostos ao que o líder russo pretendia: desde a expansão da NATO, à candidatura do país invadido à UE e à aliança militar. De acordo com Nigel Gould-Davies, analista em questões da Rússia e Eurásia e antigo embaixador do Reino Unido na Bielorrússia, Moscovo “está agora mais isolada internacionalmente do que a União Soviética jamais esteve”. Putin estará prestes a ver-se confrontado com uma escolha binária: “tentar vencer a guerra, mas usando as últimas armas disponíveis, ou retirar-se dela”. Entre o arsenal de peso está a energia e a sabotagem dos “cabos críticos para a infraestrutura global da internet”. Esses são “os nervos do mundo"

Há todos os motivos para acreditar que, mesmo que a guerra na Ucrânia terminasse, “a Rússia tentaria recuperar e começar uma terceira invasão”, investindo nos seus objetivos de longo prazo, defende Nigel Gould-Davies, antigo embaixador britânico na Bielorrússia e analista em matérias da Rússia e Eurásia no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, um think tank sediado em Londres. O antigo professor de Política e Relações Internacionais na Universidade de Oxford garante que Putin está mais isolado do que nunca e que todas as fontes de apoio que reuniu ao longo do tempo estão a esmorecer, como pôde ser constatado pelos “muitos rostos infelizes durante a grande cerimónia de assinatura de tratados para anexar quatro regiões da Ucrânia”.

“Um dos problemas que acompanham sempre os ditadores é perderem o contacto com a realidade. O poder distorce a compreensão das pessoas sobre as coisas.” Nigel Gould-Davies observa, nesta entrevista com o Expresso, que Putin ainda acredita que “o tempo está do seu lado” e que o inverno trará a desunião europeia. Para isso, continuará a recorrer “à arma do fornecimento de gás” e a outras, mais radicais e perigosas.

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