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Guerra na Ucrânia

A porta de entrada para "uma nova fase da guerra": os referendos na Ucrânia ocupada, em cinco perguntas e respostas

A porta de entrada para "uma nova fase da guerra": os referendos na Ucrânia ocupada, em cinco perguntas e respostas
MOSCOW NEWS AGENCY

Pressionado pelas recentes derrotas no campo de batalha, Putin quer oficializar as ocupações russas mas sobretudo aumentar o seu leque de opções para o que resta da guerra – e isso pode incluir o uso de armas nucleares tácticas

1. Estes referendos servem para quê?

Os referendos em Donetsk, Luanshk, Zaporizhia e Kherson – regiões parcialmente ocupadas pela Rússia, que totalizam cerca de 15% do território ucraniano – começaram esta manhã e devem decorrer até à próxima segunda-feira. “Você é a favor da secessão da região de Zaporizhia da Ucrânia, à formação de um Estado independente de Zaporizhia e à sua junção à Federação Russa como parte desta?”, é a pergunta que está impressa no boletim de voto nesse local, por exemplo.

2. Se as pessoas votarem que sim, estas regiões passam a ser russas?

Não. O processo eleitoral é considerado inválido e ilegal por toda a comunidade internacional: o país continua em guerra, os referendos foram anunciados com poucos dias de antecedência, os militares ocupantes estão na rua, não houve uma campanha livre e o processo eleitoral não está a ser acompanhado por observadores internacionais independentes.

Mesmo que fossem válidos, dificilmente os resultados seriam representativos dos desejos reais destas populações: os últimos meses causaram fugas em massa e deportações de milhares de pessoas, lembra o analista Germano Almeida. “A população destas regiões é muito diferente do que era antes da guerra. O resultado seria sempre enviesado".

Segundo fontes oficiais ucranianas, várias pessoas estão a ser retiradas de casa e forçadas a votar. “O estado de espírito dos russos é de pânico. Não estavam preparados para fazer um referendo falso. Não têm apoio nem pessoas suficientes”, afirmou esta segunda-feira Yuriy Sobolevsky, autarca de Kherson entretanto afastado pelos ocupantes.

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