Guerra na Ucrânia

Separatistas pró-russos condenam funcionários da OSCE a penas de prisão

Em abril, o Ministério da Segurança do Estado da região separatista de Lugansk anunciou a detenção de dois membros da missão da OSCE na região, Dmitri Chabanov e Maksim Petrov, acusados de terem transmitido informações aos serviços de informações estrangeiros

Separatistas pró-russos no leste da Ucrânia condenaram esta segunda-feira dois funcionários da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) a 13 anos de prisão, por "alta traição", informaram agências russas.

Em abril, o Ministério da Segurança do Estado da região separatista de Lugansk anunciou a detenção de dois membros da missão da OSCE na região, Dmitri Chabanov e Maksim Petrov, acusados de terem transmitido informações aos serviços de informações estrangeiros.

"Os juízes consideram Dmitry Chabanov culpado (...) e condenam-no a cumprir uma pena de 13 anos de prisão", disse hoje o Supremo Tribunal da região separatista de Lugansk, citado pela agência Ria-Novosti.

Poucas horas depois, o mesmo tribunal pronunciou o mesmo veredicto contra Petrov, que trabalhava como intérprete para a OSCE, segundo agências russas.

De acordo com o Ministério da Segurança dos separatistas, "a investigação concluiu que Dmitry Shabanov, como assistente de segurança na base de patrulha avançada de Stakhanavoskaya, transmitiu informações confidenciais" a "representantes dos serviços de informações estrangeiros".

O Ministério acrescentou que Shabanov foi recrutado em 2016 por um ex-oficial do SBU, os serviços de segurança da Ucrânia, e por um agente da CIA, a agência de informações norte-americana, na Ucrânia.

Segundo as autoridades separatistas, Shabanov cometeu atos de "alta traição" entre agosto de 2021 e abril de 2022.

A secretária-geral da OSCE, Helga Schmid, já reagiu a este veredicto, denunciando com veemência a condenação dos dois funcionários.

"Peço a sua libertação imediata e incondicional", disse Schmid, num comunicado, acrescentando que um terceiro funcionário da OSCE está ainda detido pelos separatistas.

Na semana passada, a OSCE disse que as acusações contra os seus colaboradores foram "fabricadas".

Com sede em Viena desde a sua criação em 1975, a OSCE nasceu no coração da Guerra Fria para promover o diálogo leste-oeste e integra 57 estados-membros, incluindo países da NATO e aqueles que se encontram na órbita de influência da Rússia.

Os funcionários hoje condenados faziam parte de uma missão de observação no leste da Ucrânia, em 2014, após acordos que reduziram a intensidade dos confrontos que eclodiram naquele ano entre separatistas apoiados por Moscovo e forças de Kiev.

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