Guerra na Ucrânia

Agência nuclear da ONU terá a missão “mais difícil” em Zaporijia, alerta ministro ucraniano

Central nuclear de Zaporíjia
Central nuclear de Zaporíjia
ANDREY BORODULIN / AFP / GETTY IMAGES

“Esta missão será a mais difícil da história da Agência Internacional de Energia Atómica devido à atividade de combate levada a cabo pela Rússia no terreno”, alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano

A Ucrânia defendeu esta segunda-feira que a missão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central nuclear ucraniana de Zaporijia será a mais difícil da organização devido aos combates em curso na zona.

“Esta missão será a mais difícil da história da AIEA devido à atividade de combate levada a cabo pela Rússia no terreno, mas também devido à forma óbvia como a Rússia está a tentar legitimar a sua presença no terreno”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, durante uma visita a Estocolmo.

O diretor-geral da AIEA (agência de vigilância nuclear que integra o sistema da ONU), Rafael Grossi, anunciou esta segunda-feira de manhã que estava a caminho da central de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, alvo de ataques nas últimas semanas que suscitaram receios de um acidente nuclear grave.

“Esperamos que a missão faça declarações claras sobre as violações de todos os protocolos de segurança nuclear”, disse Kuleba numa conferência de imprensa com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, citado pela agência francesa AFP.

Kuleba repetiu o apelo do Governo de Kiev para que o exército russo deixe a área, acusando Moscovo de “colocar a Ucrânia e o mundo inteiro em risco de um acidente nuclear”.

“A Rússia deve partir. E a AIEA e outros países devem obrigá-los a partir”, disse o chefe da diplomacia ucraniana.

A missão da AIEA deverá chegar à central no final desta semana, de acordo com Rafael Grossi.

Os países do G7, “profundamente preocupados” com o risco de um acidente nuclear em Zaporijia, apelaram esta segunda-feira para que fosse garantido o acesso da missão da AIEA à central “sem obstáculos”.

“Sublinhamos que todas as tentativas da Rússia para desligar a central ucraniana são inaceitáveis”, disse também a organização que reúne os sete países mais industrializados do mundo.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, controla a central de Zaporijia desde o início de março. As forças ucranianas e russas acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.

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