Guerra na Ucrânia

Antigo autarca opositor de Putin detido por críticas a operação militar

Odessa
Odessa
NurPhoto/Getty Images

Yevgeny Roizman, antigo presidente de câmara e crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, foi detido esta quarta-feira. A acusação? Desacreditar os militares russos. O caso é visto como um gesto de repressão das vozes críticas da invasão da Ucrânia

Um antigo presidente de câmara e opositor da atual liderança russa, identificado como Yevgeny Roizman, foi detido esta quarta-feira sob a acusação de desacreditar os militares russos, em mais um gesto de repressão dos críticos da invasão da Ucrânia.

Roizman, de 59 anos, é um crítico do Presidente russo, Vladimir Putin, e uma das figuras da oposição mais visíveis e carismáticas na Rússia.

Durante o seu mandato como autarca gozou de ampla popularidade em Ekaterinburg, uma cidade de 1,5 milhões nos Urais.

A polícia prendeu-o na sequência de buscas realizadas no seu apartamento e escritório e Roizman enfrenta até cinco anos de prisão se for condenado, ao abrigo de uma nova lei adotada após a Rússia enviar tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Os tribunais russos multaram Roizman três vezes no início deste ano por acusações semelhantes.

Dias depois de Putin ter ordenado o envio de tropas para o território ucraniano, o parlamento russo aprovou legislação que proíbe a desvalorização dos militares e a difusão de "informações falsas" sobre as operações militares na Ucrânia.

Os tribunais russos têm aplicado cada vez mais multas e, ocasionalmente, penas de prisão aos críticos da ação de Moscovo na Ucrânia.

Segundo a Net Freedoms, um grupo de apoio jurídico focado em casos de liberdade de expressão, em meados de agosto cerca de 4.000 processos relacionados com esta nova legislação estavam em curso na Rússia.

Outro grupo de direitos humanos, a OVD-Info, contou um total de 90 processos criminais.

O relatório do grupo, divulgado hoje, também apontava para 16.437 detenções realizadas no âmbito de protestos contra a ofensiva militar que cumpre esta quarta-feira seis meses.

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