Brian Taylor dedicou um dos seus três livros (“The Code of Putinism”, de 2018) que versam sobre a Rússia especificamente a Vladimir Putin. Nesta entrevista com o Expresso, o académico admite que o Presidente pode (mas não quer) parar a guerra quando quiser, mas os custos de qualquer decisão serão pesados. Taylor pressente um apoio maioritário à guerra no país, mas não vê grande entusiasmo: "os russos preferem realmente esquecê-la e não pensar sobre ela". Certo é que as democracias europeias terão mais dificuldades em suster as vaias populares quando faltar a energia ou terminar a paciência com a escalada dos preços. A Rússia, pelo contrário, terá a repressão para suster os protestos.
Diria que a Rússia está agora mais unida do que antes da guerra? Que há uma união de fachada, baseada no medo?
É difícil saber exatamente o estado da atual opinião pública russa. Algumas sondagens publicadas desde o início da guerra, inclusive por alguns sociólogos russos independentes, tendem a mostrar o apoio da maioria a esta guerra. Mas também é muito difícil saber como interpretar esses resultados, dadas as circunstâncias em que as sondagens decorrem. Por exemplo, agora há penas criminais para quem se referir à guerra na Ucrânia como uma guerra. É suposto ser designado por 'operação militar especial'. Um membro da Duma [parlamento russo] foi condenado a sete anos de prisão por chamar guerra à guerra e por se manifestar contra ela.
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