Exclusivo

Guerra na Ucrânia

“Não estou no lugar de Putin, mas acho que parar a guerra seria politicamente mais vantajoso do que continuá-la”

Vladimir Putin
Vladimir Putin
YURI KADOBNOV / Getty Images

A Rússia e a Europa entraram num 'jogo' e ganha quem aguentar mais tempo: Moscovo está a usar a arma do gás, Bruxelas aposta nas sanções e no estrangulamento da economia russa. É isto que defende Brian Taylor, professor de Ciência Política da Escola Maxwell de Cidadania e Assuntos Públicos, em Nova Iorque, e especialista em Rússia e e de um regime político a que chama - à semelhança de outros analistas - Putinismo. O investigador norte-americano julga que na mente do homem forte do Kremlin está a convicção de que a relação da Ucrânia com o Ocidente "vai entrar em rutura antes de a Rússia se desmoronar"

Brian Taylor dedicou um dos seus três livros (“The Code of Putinism”, de 2018) que versam sobre a Rússia especificamente a Vladimir Putin. Nesta entrevista com o Expresso, o académico admite que o Presidente pode (mas não quer) parar a guerra quando quiser, mas os custos de qualquer decisão serão pesados. Taylor pressente um apoio maioritário à guerra no país, mas não vê grande entusiasmo: "os russos preferem realmente esquecê-la e não pensar sobre ela". Certo é que as democracias europeias terão mais dificuldades em suster as vaias populares quando faltar a energia ou terminar a paciência com a escalada dos preços. A Rússia, pelo contrário, terá a repressão para suster os protestos.

Diria que a Rússia está agora mais unida do que antes da guerra? Que há uma união de fachada, baseada no medo?
É difícil saber exatamente o estado da atual opinião pública russa. Algumas sondagens publicadas desde o início da guerra, inclusive por alguns sociólogos russos independentes, tendem a mostrar o apoio da maioria a esta guerra. Mas também é muito difícil saber como interpretar esses resultados, dadas as circunstâncias em que as sondagens decorrem. Por exemplo, agora há penas criminais para quem se referir à guerra na Ucrânia como uma guerra. É suposto ser designado por 'operação militar especial'. Um membro da Duma [parlamento russo] foi condenado a sete anos de prisão por chamar guerra à guerra e por se manifestar contra ela.

Artigo Exclusivo para assinantes

Assine já por apenas 1,63€ por semana.

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas