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Guerra na Ucrânia

Zelensky e o massacre em Bucha: “Estamos a ser vítimas de genocídio. A ONU tem de agir imediatamente”

Zelensky dirige-se via vídeo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas
Zelensky dirige-se via vídeo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas
ANDREW KELLY

Em discurso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Volodymyr Zelensky pediu mais ajuda militar e classificou de “insana” a versão russa sobre as atrocidades ocorridas em Bucha

As atrocidades na cidade ucraniana de Bucha, alegadamente cometidas pela 64.ª Brigada do exército russo, forçaram o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a intervir de emergência na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se iniciou às 10h locais (15h em Lisboa). “Gente morta, torturada. Mais do que um massacre. Falamos de genocídio”, afirmou.

Segundo o chefe de Estado, cerca de 300 pessoas foram executadas à medida que as forças ocupantes recuavam para posições a norte do subúrbio da capital da Ucrânia, Kiev.

Mais uma vez, o Kremlin negou a autoria dos crimes. O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, repetiu a tese de que as imagens de corpos espalhados pelas ruas de Bucha são uma “encenação”, uma “provocação”.

Zelensky criticou essa versão dos factos e acusou o homólogo russo, Vladimir Putin, de “orquestrar” uma matança, com “corpos incinerados, desmembrados e despojados em poços”. Sobre este ponto, a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, classificou as palavras de Nebenzya como “mentiras”.

Sem qualquer expetativa de que Moscovo assuma responsabilidades, Zelensky recordou que, à imagem de outros crimes no passado, como os ocorridos na Síria, “eles irão culpar os outros, inundando-nos com propaganda. Qualquer negociação a partir de agora será muito difícil”.

Provas de um banho de sangue

O cenário dantesco em Bucha foi testemunhado por várias equipas de repórteres internacionais, assim como por membros de organizações de direitos humanos, caso da “Human Rights Watch”, que se deslocaram ao local sob escolta de militares ucranianos.

Moscovo alega que a população “circulava livremente” durante a ocupação e que as vítimas terão sido “amontoadas” após a saída das suas forças. Zelensky classificou esta descrição de “insana” durante a intervenção nas Nações Unidas.

A edição de hoje do “The New York Times” revela imagens recolhidas por satélite que comprovam a existência de cadáveres espalhados pelas ruas há pelo menos duas semanas. O mesmo verifica-se quanto à multiplicação de valas comuns.

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