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Guerra na Ucrânia

Jack Barsky, ex-espião do KGB, ao Expresso: “Não estarei no topo da lista negra de Putin”

Jack Barsky quando ainda era o estudante Albrecht Dittrich, da RDA, poucos anos antes de ter rumado aos Estados Unidos como espião do KGB
Jack Barsky quando ainda era o estudante Albrecht Dittrich, da RDA, poucos anos antes de ter rumado aos Estados Unidos como espião do KGB
D.R.

Entrevista com um dos ex-espiões do KGB que inspiraram a série “The Americans”. Jack Barsky, nascido na então República Democrática Alemã e hoje cidadão dos Estados Unidos da América, tem um percurso de vida singular e está em boa posição para interpretar os gestos de Vladimir Putin

Jack Barsky é o único KGB sobrevivente dos “ilegais”, um grupo de operacionais treinados em Moscovo, que se infiltrou nos Estados Unidos durante a Guerra Fria. A missão foi popularizada na série televisiva “The Americans”. Contemporâneo de Vladimir Putin — ambos trabalharam na ex-República Democrática Alemã —, conversou com o Expresso sobre o líder do Kremlin e a guerra na Ucrânia.

O antigo espião abordou os “métodos operacionais” da secreta soviética e de como ainda hoje “influenciam as ações” do Presidente russo. Embora tenha dedicado grande parte da entrevista a analisar o comportamento de Putin à luz de um passado comum (ler na edição semanal de 25 de março de 2022), Barsky, 72 anos, expôs detalhes de uma vida, ainda, em perigo. “Se alguém me oferecesse um milhão de dólares para visitar Moscovo, diria imediatamente: não, muito obrigado”.

Nasceu na antiga República Democrática Alemã, viveu em Moscovo e tornou-se cidadão americano. Identifica-se mais como Jack Barsky ou Albrecht Dittrich?
Sou legal, intelectual e emocionalmente americano, mas tenho raízes alemãs. É só. Do ponto de vista como olho para a economia e para a sociedade, prefiro de longe estar aqui.

Apesar do inglês sem sotaque, confirma que ainda conta em alemão?
Como é que descobriram? Deve ter sido o Tony [nome fictício de um amigo de longa data]. Li que o hábito de enumerar na língua materna é das últimas coisas a desaparecerem de um cérebro bilingue. Outra coisa estranha é que, por norma, os bilingues não são os melhores tradutores. No meu cérebro as secções dedicadas ao alemão e ao inglês não estão ligadas. É como se tivesse automaticamente isolado o alemão. É bizarro.

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