Jack Barsky é o único KGB sobrevivente dos “ilegais”, um grupo de operacionais treinados em Moscovo, que se infiltrou nos Estados Unidos durante a Guerra Fria. A missão foi popularizada na série televisiva “The Americans”. Contemporâneo de Vladimir Putin — ambos trabalharam na ex-República Democrática Alemã —, conversou com o Expresso sobre o líder do Kremlin e a guerra na Ucrânia.
O antigo espião abordou os “métodos operacionais” da secreta soviética e de como ainda hoje “influenciam as ações” do Presidente russo. Embora tenha dedicado grande parte da entrevista a analisar o comportamento de Putin à luz de um passado comum (ler na edição semanal de 25 de março de 2022), Barsky, 72 anos, expôs detalhes de uma vida, ainda, em perigo. “Se alguém me oferecesse um milhão de dólares para visitar Moscovo, diria imediatamente: não, muito obrigado”.
Nasceu na antiga República Democrática Alemã, viveu em Moscovo e tornou-se cidadão americano. Identifica-se mais como Jack Barsky ou Albrecht Dittrich?
Sou legal, intelectual e emocionalmente americano, mas tenho raízes alemãs. É só. Do ponto de vista como olho para a economia e para a sociedade, prefiro de longe estar aqui.
Apesar do inglês sem sotaque, confirma que ainda conta em alemão?
Como é que descobriram? Deve ter sido o Tony [nome fictício de um amigo de longa data]. Li que o hábito de enumerar na língua materna é das últimas coisas a desaparecerem de um cérebro bilingue. Outra coisa estranha é que, por norma, os bilingues não são os melhores tradutores. No meu cérebro as secções dedicadas ao alemão e ao inglês não estão ligadas. É como se tivesse automaticamente isolado o alemão. É bizarro.
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