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EUA sanciona 52 pessoas e organizações por ligação a rede de financiamento do Hezbollah

Apoiantes do braço político do Hezbollah, no Líbano, durante uma campanha eleitoral em maio de 2022
Apoiantes do braço político do Hezbollah, no Líbano, durante uma campanha eleitoral em maio de 2022
Francesca Volpi

Departamento do Tesouro dos Estados Unidos declarou que tomou esta ação em coordenação com as autoridades de vários países, uma vez que entre os sancionados se incluem pessoas e empresas do Líbano, dos Emirados Árabes Unidos, da África do Sul, de Angola, da Costa do Marfim, da República Democrática do Congo, da Bélgica, do Reino Unido e de Hong Kong

A administração norte-americana impôs esta terça-feira sanções a 52 pessoas e organizações internacionais ligados a uma rede de branqueamento de capitais e financiamento do grupo xiita libanês Hezbollah, noticiou a EFE.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (EUA) declarou que tomou esta ação em coordenação com as autoridades de vários países, uma vez que entre os sancionados se incluem pessoas e empresas do Líbano, dos Emirados Árabes Unidos (EAU), da África do Sul, de Angola, da Costa do Marfim, da República Democrática do Congo, da Bélgica, do Reino Unido e de Hong Kong.

Segundo Washington, a rede alegadamente facilitou o pagamento, o envio e a entrega de fundos, diamantes, pedras preciosas, peças de arte e artigos de luxo destinados ao que os EUA descrevem como o banqueiro do Hezbollah, Nazem Said Ahmad, sancionado pelas autoridades norte-americanas em 2019.

De acordo com o Departamento do Tesouro, a rede supostamente ajudou Ahmad a escapar às sanções dos EUA, permitindo-lhe manter o seu estilo de vida pródigo e a sua capacidade de financiar o Hezbollah.

"As pessoas envolvidas nesta rede utilizaram empresas de fachada e esquemas fraudulentos para mascarar o papel de Nazem Said Ahmad nas transacções financeiras", acusou Brian Nelson, Subsecretário do Tesouro para o terrorismo e inteligência financeira, no memorando.

Entre os sancionados incluem-se os familiares e associados comerciais de Ahmad que lhe permitiram continuar a operar em locais como Beirute, Dubai (EAU) e Joanesburgo (África do Sul), tirando partido da natureza do comércio de diamantes, pedras preciosas e arte.

O Tesouro norte-americano alega que a rede utilizou "acordos legais e ilegais" para coagir os participantes dispostos e involuntários nos seus negócios a obterem falsos certificados de engenharia, que são exigidos quando se trata de preços e impostos sobre diamantes, a fim de dar às suas empresas uma aparência legal.

Alega igualmente que a rede falsificou documentos e utilizou empresas de fachada para permitir a Ahmad comprar e distribuir bens e obras de arte de luxo em leilões e galerias de todo o mundo.

Para o fazer, a rede subvalorizou o valor destes bens e enviou quantidades por grosso através de portos marítimos, sob a influência do Hezbollah, para deslocar os bens para o Líbano sem pagar impostos e alfândegas.

Ahmad contornou as sanções dos EUA ao utilizar esta rede agindo em seu nome para transacionar e acumular clandestinamente grandes quantidades de moeda, longe da supervisão das autoridades libanesas e dos reguladores financeiros, alertou ainda o departamento norte-americano.

As sanções agora aplicadas congelam quaisquer bens que as entidades e pessoas designadas por Washington possam ter sob jurisdição dos EUA e proíbem-nos de efetuar transações financeiras com pessoas ou empresas norte-americanas.

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