16 outubro 2014 14:00

O músico confessa que atuar em palco é uma forma de se evadir e esquecer da morte da filha
reuters
O vocalista dos Boomtown Rats considera-se responsável pela morte da filha Peaches, que morreu com uma overdose no início deste ano.
16 outubro 2014 14:00
Não é fácil ultrapassar a morte de um filho. Que o diga Bob Geldolf, que em abril deste ano teve de lidar, subitamente, com a morte de Peaches, a sua segunda filha. A manequim e apresentadora foi encontrada sem vida pelo marido, Thomas Cohen, na sua casa em Kent, no sul de Inglaterra, a 7 de abril, na sequência de uma overdose de heroína.
"Culpo-me pela morte de Peaches", confessou em entrevista à ITV News esta quarta-feira. "Sou o pai, tenho a responsabilidade e claramente falhei. Para qualquer pessoa de fora, eu sou o pai. Volto para trás, para trás, para trás, para trás, para trás, volto a isso várias vezes. O que poderia ter feito? Fiz aquilo que podia".
O líder dos Boomtown Rats e organizador do concerto de caridade Live Aid, em 1985, confessa que sabia que a filha voltara a consumir heroína, em fevereiro desse ano, após ter estado dois anos em tratamento. "Claro que sabia e fizemos mais do que falar sobre isso".
O consumo de droga por parte de Peaches era há muito conhecido. Já em 2008, então com 19 anos, ela sobrevivera a uma overdose idêntica. Apesar dos esforços recentes de Bob, a filha acabaria por morrer dois meses depois, deixando dois filhos.
O músico e ativista, que voltara a juntar-se aos Boomtown Rats antes da morte de Peaches, revela nesta entrevista que o grupo e os concertos funcionam como uma espécie de um antídoto para a dor.
"Durante essas duas horas estou completamente perdido [na música]", explica, referindo-se à sensação de liberdade quando está em palco. "De alguma forma, deixas tudo de parte. Isto é profundamente catártico e durante duas horas esqueço-me do resto".