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"Que comam brioche": Elon Musk diz que teletrabalho é imoral e compara a "classe do portátil" a Maria Antonieta

Elon Musk
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Após a reunião anual de acionistas da Tesla, em que Musk aproveitou para anunciar dois novos modelos da fabricante automóvel, o empresário deu uma entrevista onde defendeu que algumas pessoas “deviam abandonar a sua postura de superioridade moral” relativamente ao teletrabalho

Elon Musk, o atual proprietário de empresas como a Tesla, SpaceX ou o Twitter, disse na passada terça-feira que o teletrabalho não é “moralmente correto” e que quem quiser trabalhar nas suas empresas não o poderá fazer a partir de casa.

Numa entrevista ao canal de televisão norte-americano CNBC, Musk considerou imoral a decisão de trabalhar em casa enquanto outras pessoas, como aquelas que “constroem os carros” da Tesla ou “fazem entregas de comida”, não o podem fazer.

Nesse sentido, o empreendedor comparou os trabalhadores que exigem o teletrabalho, um grupo que apelidou de “classe do portátil”, a Maria Antonieta, invocando a famosa citação que lhe é atribuída: “Que comam brioche", algo que a então princesa de França terá dito quando soube que os pobres do seu país não tinham pão para comer.

“Eu vejo esta questão como um problema de produtividade, mas também como um problema moral”, apontou Musk. “Estas pessoas deviam abandonar a sua postura de superioridade moral com esta porcaria do trabalho a partir de casa, porque estão a pedir a todos os outros que não trabalhem a partir de casa enquanto eles o fazem”, acrescentou.

Na mesma entrevista, o empresário abordou um vasto leque de temas, desde a sua opinião relativamente ao impacto económico de uma possível invasão chinesa de Taiwan aos perigos inerentes aos ‘chatbots’ alimentados por inteligência artificial.

Sobre a China, Musk sublinhou que um confronto por Taiwan é, de certa forma, “inevitável”, dada a posição oficial do Partido Comunista chinês. As consequências económicas de uma eventual invasão irão afetar “todas as empresas do mundo”, já que separar as economias dos EUA e da China será como tentar separar “gémeos siameses”, notou o CEO da Tesla, empresa que produz uma percentagem significativa dos seus automóveis em território chinês.

A entrevista ocorreu precisamente após a reunião anual de acionistas da Tesla, em que Musk aproveitou para revelar que a fabricante automóvel está a trabalhar em dois modelos novos: "Estamos a construir um novo produto. Não estamos de braços cruzados".

Ladeado por fotografias desfocadas e sombrias de automóveis da Tesla, supostamente representando os novos modelos, recusou partilhar muitos pormenores, referindo apenas que as técnicas de ‘design’ e fabrico dos produtos estariam "muito acima de tudo o resto" na indústria automóvel.

Além disso, sugeriu que seriam fabricados em larga escala, “provavelmente mais de 5 milhões de unidades por ano”, pelo que o seu preço final poderá ser mais baixo do que o esperado.

Texto de José Gonçalves Neves, editado por Cristina Pombo

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