Internacional

Manifestantes bloqueiam estação de comboios em Paris, Governo rejeita mediação para negociar com sindicatos

Manifestantes bloqueiam estação de comboios em Paris, Governo rejeita mediação para negociar com sindicatos
CHRISTOPHE ARCHAMBAULT

É já a décima greve geral em França devido a lei que sobe a idade da reforma para os 64 anos.Trabalhadores em greve invadiram e bloquearam hoje a gare de Lyon, a principal estação ferroviária do país.

Trabalhadores em greve com sinalizadores acesos invadiram e bloquearam esta terça-feira Gare de Lyon, uma das principais estações ferroviárias de Paris, enquanto outras manifestações já decorrem em várias cidades de França devido a aprovação polémica da lei das pensões, que sobe a idade da reforma dos 62 para os 64 anos.

Esta é a décima onda de greves e protestos, desde janeiro, convocada pelos sindicatos, que pediram aos trabalhadores e manifestantes que saíssem às ruas contra a legislação do Presidente Emmanuel Macron – que escolheu usar um artigo previsto na Constituição para aprovar a legislação sem uma votação na Assembleia Nacional, e já garantiu que não vai ceder.

São esperadas mais de 900 mil pessoas nas ruas e cerca de 240 manifestações em todo o território francês. Destes, cerca de 100 mil estarão a protestar na capital Paris, segundo o canal de televisão BFM. Quase 10% dos professores do ensino público estão em greve, a que se juntam 16,5% dos trabalhadores da maior empresa ferroviária do país (SNCF, empresta estatal).

O Governo francês intensificou as medidas de segurança para travar violência, enquanto os sindicatos lançaram uma nova onda de protestos e greves hoje contra o aumento na idade da reforma no país. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou uma mobilização sem precedentes de 13 mil polícias, quase metade deles concentrados na capital francesa, devido ao temor de novos atos de violência que poderiam prejudicar as manifestações pacíficas.

Darmanin disse que mais de 1.000 "manifestantes radicais", alguns do estrangeiro, poderiam aderir às marchas pacíficas planeadas para Paris e outras cidades. "Vêm para destruir, ferir e matar polícias e 'gendarmes'. Os seus objetivos não têm nada a ver com a reforma da segurança social. Os seus objetivos são desestabilizar as nossas instituições republicanas e trazer sangue e fogo para a França", declarou o ministro na segunda-feira, ao detalhar as medidas de policiamento.

Líderes sindicais e opositores políticos de Macron culpam o seu Governo pela violência nos protestos que explodiram nas últimas semanas, dizendo que as suas reformas na segurança social estão a provocá-la. Os críticos também alegam que os polícias estão a usar força excessiva contra os manifestantes. Um órgão de supervisão da polícia está a investigar várias alegações de irregularidades cometidas pelos agentes.

Macron atribuiu à sua primeira-ministra Elizabeth Bourne para alcançar um consenso entre oposição e sindicatos. Ao final da manhã, o porta-voz do Governo Olivier Véran rejeitou um pedido de mediação proposto pelo líder do principal sindicato do país, o CFDT. “Podemos falar diretamente”, afirmou o responsável, dizendo não haver “necessidade” de uma terceira parte nas negociações.

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