Internacional

Pedro Sánchez visita Xi Jinping em Pequim no fim do mês… mas antes remodela Governo

Xi Jinping visitou Espanha em 2018, tendo sido recebido por Pedro Sánchez
Xi Jinping visitou Espanha em 2018, tendo sido recebido por Pedro Sánchez
Burak Akbulut/Anadolu/Getty Images

Primeiro-ministro espanhol aposta na agenda internacional e quer ser mediador na guerra da Ucrânia. Nos próximos dias estará em Bruxelas, Santo Domingo e Pequim, com um breve intervalo em Madrid para mexer no elenco governativo

Acabado de vencer uma moção de censura apresentada pelo partido Vox (extrema-direita), o primeiro-ministro espanhol prepara-se para visitar Pequim nos próximos dias 30 e 31 de março, a convite do Presidente chinês, Xi Jinping, que visitou Moscovo esta semana. A notícia está a ser veiculada esta quarta-feira pela imprensa espanhola.

Do ponto de vista diplomático, a ida à China põe Madrid numa posição privilegiada para mediar quaisquer avanços na guerra da Ucrânia, sobretudo quando o país se prepara para assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) no próximo dia 1 de julho. “Está a exercer como líder da UE”, afirma fonte do gabinete do primeiro-ministro espanhol citada por “The Objective”. Xi defendeu na Rússia o seu plano para pôr fim ao conflito.

O jornal digital “The Objective” assegura que antes de viajar para a China, o socialista Pedro Sánchez remodelará o Executivo. Era algo esperado, pois duas ministras concorrem às eleições regionais e municipais de 28 de maio, precisando de ser substituídas. Especulou-se em dias recentes sobre uma mexida mais profunda na equipa, após dissensões com os aliados de Governo (a frente de esquerda radical Unidas Podemos), sobretudo a respeito da revisão da lei sobre agressões sexuais.

Sem aquecer o lugar

Após o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira e da cimeira Iberoamericana na República Dominicana, no fim de semana, Sánchez anunciará os novos titulares da Saúde e da Indústria, hoje nas mãos, respetivamente, Carolina Darias (que concorre a presidente da Câmara de Las Palmas, nas ilhas Canárias) e Reyes Maroto (aspirante a presidente da Câmara de Madrid).

Em seguida segue para Oriente. Apesar de ancorado na posição da UE e da NATO, de defesa da Ucrânia face à invasão — esteve recentemente em Kiev com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky —, Sánchez sempre gostou de aparecer como construtor de pontes a nível internacional. E foi dos que mais frisaram o potencial papel da China na resolução da guerra.

A última vez que os dirigentes espanhol e chinês se viram foi em novembro, na cimeira do G20 em Bali. Agora Sánchez deve reunir-se com Xi, mas também com o primeiro-ministro Li Qiang e o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji, adianta “El País”. E estará na inauguração do Fórum de Boao, uma “espécie de Davos chinês”, na província de Hainan. Esta organização é chefiada pelo sul-coreano Ban Ki-Moon, ex-secretário-geral das Nações Unidas.

Com eleições municipais e regionais em maio e legislativas no final do ano, o governante espanhol aposta na agenda internacional. A visita à China acontece perto do 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países. Também terá componente económica, prevendo-se que a comitiva inclua empresários.

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