Internacional

Forças Armadas são o desafio mais difícil do Presidente Lula da Silva

29 janeiro 2023 18:54

Soldados brasileiros desmontam acampamento de apoiantes de Bolsonaro

fábio teixeira/anadolu/getty images

Castigar militares é inédito na história da democracia brasileira. Lula teve de assumir a função de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas para demitir o comandante do Exército, que resistia a cumprir as ordens do Presidente

29 janeiro 2023 18:54

Desde que tomou posse, a 1 de janeiro, Lula da Silva vive uma relação tensa com os militares. No fim de semana, por fim, o Presidente brasileiro assumiu a função de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas ao demitir o comandante do Exército, que resistia a cumprir ordens suas. O recém-empossado general Tomás Paiva tem agora a missão de pacificar ânimos entre o Governo e a tropa. Tem defendido a democracia e o resultado das urnas e fala de julgar e punir os militares que participaram nos atos golpistas de 8 de janeiro. Nesse dia, apoiantes de Jair Bolsonaro vandalizaram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, sedes dos três poderes em Brasília.

Castigar militares é inédito na história recente brasileira. Todos os excessos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), da tortura ao assassínio e ao desaparecimento de presos políticos, continuam por julgar. A prova da impunidade é que o antigo comandante do Exército impediu a entrada da polícia no respetivo quartel-general, onde estavam escondidos os golpistas. Acampavam ali há dois meses, desde a derrota de Bolsonaro nas eleições, pedindo uma intervenção militar.