16 janeiro 2023 18:54
reuters
Um engenho explosivo artesanal explodiu numa igreja pentecostal em Kasindi, na província de Kivu do Norte. Segundo o Exército da RDCongo, o ataque foi realizado pelos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas
16 janeiro 2023 18:54
O total de mortos no ataque bombista de domingo contra uma igreja em Kasindi, cidade fronteiriça entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Uganda, subiu hoje para 14, havendo ainda a registar 63 feridos, segundo fontes militares.
Um comunicado do Exército da RDCongo salienta que o ataque foi realizado pelos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), que o grupo extremista Estado Islâmico descreve como um de seus ramos na África Central.
O engenho explosivo artesanal explodiu numa igreja pentecostal (protestante evangélica) em Kasindi, na província de Kivu do Norte, segundo o porta-voz do Exército da RDCongo, Antony Mualushayi.
O porta-voz do Exército disse no domingo que um suspeito de nacionalidade queniana tinha sido detido.
Outro suspeito está entre os feridos, um alegado homem-bomba que foi transferido para Beni em estado crítico para tratamento, acrescentou hoje o porta-voz.
"Pedimos a Deus que ele continue a viver para nos dar as informações que procuramos", afirmou.
As ADF, rebeldes muçulmanos de origem ugandesa, atuam no norte de Kivu do Norte e no sul de Ituri, outra província da RDCongo.
Acusados ??de terem massacrado milhares de civis e de realizar ataques bombistas no Uganda, as ADF estão entre os mais mortíferos dos cerca de 120 grupos armados presentes no leste da RDCongo.
O grupo sofreu uma divisão em 2019, após Musa Baluku -- sancionado pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos da América -- ter jurado lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico da África Central (ISCA), sob cuja bandeira opera desde então.
O aumento dos seus ataques em solo ugandês levou os dois países a lançar operações conjuntas no leste da RDCongo.
Em Nova Iorque, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou "veementemente o ataque", segundo um comunicado do seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Na nota, Guterres expressou "as suas profundas condolências às famílias enlutadas, ao povo e ao governo" e desejou a pronta recuperação dos feridos.
António Guterres enfatizou a necessidade de levar os autores do ataque à justiça e acrescentou que o Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas (Unmas, no acrónimo em inglês), está a apoiar as autoridades da RDCongo na investigação do atentado.
O secretário-geral afirmou que a ONU continuará a apoiar o Governo e a sociedade da RDCongo nos seus esforços para a paz e a estabilidade no leste do país.