O Japão está a avançar com incentivos de montante histórico, pagando um milhão de ienes (cerca de 7200 euros) por cada criança de um agregado familiar que decida sair de Tóquio e passar a viver em zonas rurais ou outras no país com menos população, segundo avança o jornal “The Guardian”.
Com estes incentivos, o Governo nipónico espera que pelo menos 10 mil famílias saiam de Tóquio até 2027, aliviando a sobrepovoada metrópole com 35 milhões de habitantes e revitalizando áreas mais rurais, que evidenciam declínio populacional.
Os novos apoios estatais que ascendem a um milhão de ienes por cada filho de famílias que partem de Tóquio para viver em outros locais representa um valor mais de três vezes superior aos incentivos que até à data vigoravam, ou seja, 300 mil ienes (cerca de 2000 euros) por criança.
Mas estes incentivos reforçados implicam condições: designadamente o facto de as famílias serem obrigadas a permanecer no novo local pelo menos por cinco anos, e alguém do agregado trabalhar na zona ou abrir lá o seu próprio negócio.
O objetivo do Governo do Japão é que as pessoas que saem de Tóquio criem raízes nos locais para onde se mudam, desincentivando o modelo de ‘toca e foge’ dos nómadas digitais, que tiveram um crescimento expressivo durante a pandemia de covid-19 face ao aumento do trabalho remoto.
A medida está também associada ao duplo objetivo de atrair população a zonas do Japão do país em declinio populacional, atingidas pelo envelhecimento e migração de pessoas mais jovens para Tóquio, Osaka e outras grandes cidades do país.
A medida do Governo japonês segue a tendência verificada em outros países, no sentido de atrair residentes para áreas demograficamente mais frágeis e retirando-as das grandes cidades. O destaque vai para a Suíça, que ofereceu quase 25 mil euros por adulto a pessoas que fossem viver para a aldeia de Albinem, caso estas se comprometessem a ficar lá por 10 anos e a construir ou reformar uma casa.
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