Manifestantes curdos atiraram pedras, pregos, parafusos e outros objetos contra polícias franceses perto do centro cultural curdo, em Paris, onde esta sexta-feira de manhã morreram três pessoas. Um ataque a tiro levado a cabo por um homem com 69 anos de nacionalidade francesa provocou também três feridos.
Os confrontos começaram quando a multidão se deparou com um cordão de agentes policiais que protegiam o ministro da Administração Interna francês. Gérald Darmanin deslocou-se ao local para avaliar o andamento da investigação e dar uma conferência de imprensa. Durante o seu discurso, membros da comunidade curda expressaram a sua raiva perante o incidente e gritaram contra a Turquia, escreve o “Le Monde”.
As autoridades francesas recorreram a granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Nas ruas, vários objetos foram incendiados, caixotes do lixo e mesas de restaurantes vandalizadas e vários carros danificados. Segundo o jornal francês, pelo menos 11 polícias ficaram feridos nos confrontos.
Alguns manifestantes gritaram “PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão)” e “os mártires não morrem”, avança ainda o “Le Monde”. As três pessoas que foram alvejadas e faleceram esta sexta-feira eram curdas, relata a agência Reuters, citando um advogado.
Após o ataque a tiro esta manhã, a polícia prendeu um homem chamado William M., que já foi investigado por crimes de ódio e associação à extrema-direita francesa. Foi acusado duas vezes de tentativa de homicídio, em 2016 e 2021. Segundo o canal televisivo francês BFMTV, o homem terá atacado um campo de migrantes no ano passado.
Os disparos aconteceram numa zona com uma prevalência muito grande de cidadãos emigrantes, e onde está localizada uma importante associação de emigrantes curdos em França — o Centro Cultural Curdo Ahmet-Kaya.
Em conferência de imprensa, o ministro da Administração Interna da França, Gérald Darmanin, afirmou que o suspeito tinha a intenção clara de atacar estrangeiros, mas ainda não existam provas de que tinha escolhido como alvo especificamente cidadãos curdos.
Depois do tiroteio, o Ministério Público de Paris abriu uma investigação sobre o homicídio, homicídio voluntário e violência agravada. O motivo do ataque ainda não é conhecido.
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