Internacional

Autoridades francesas resgatam 166 migrantes no Canal da Mancha, bebé de dois meses morreu à beira Lesbos

Quatro barcos à deriva no Canal foram resgatados. Em Lesbos, um barco embateu nas rochas e naufragou

As autoridades francesas anunciaram este sábado que resgataram 166 migrantes que atravessavam o Canal da Mancha com destino ao Reino Unido em diferentes embarcações precárias, três dias depois de quatro pessoas terem morrido na mesma zona.

Quatro barcos à deriva e em perigo de naufrágio foram resgatados por diferentes meios marítimos franceses. Dos 166 migrantes, a maioria (135) foi transportada para o porto de Calais e o restante (31) para Boulogne-sur-Mer.

"Esta é uma área particularmente perigosa (Canal da Mancha), especialmente em pleno período de inverno, para embarcações precárias e saturadas", alertou a autoridade marítima de La Mancha e Mar do Norte em comunicado.

As travessias de migrantes de França para o Reino Unido aumentaram nos últimos anos e, de acordo com as autoridades francesas e britânicas, só em 2022 foram intercetadas cerca de 30 mil pessoas. Entre os inúmeros acidentes trágicos no Canal da Mancha, o último ocorreu há três dias, quando pelo menos quatro pessoas morreram.Em novembro de 2021, ocorreu o pior incidente em décadas com a morte de 27 migrantes no mar.

16 desaparecidos em naufrágio

Um bebé de dois meses foi encontrado morto na sexta-feira após um barco de imigrantes ter naufragado na ilha de Lesbos, na Grécia, disse este sábado um médico legista. A criança foi transportada para o hospital onde foi declarada morta, precisou o médico Theodoros Nousias em declarações à agência de notícias francesa AFP.

Um barco que transportava migrantes, principalmente de África, virou-se ao embater nas rochas na área de Fara, segundo fontes do centro de receção de migrantes de Lesbos.

Durante as operações de resgate, 30 homens, mulheres e crianças foram encontrados sãos e salvos, segundo o último relatório da Guarda Costeira. Outras duas pessoas, levemente feridas, também foram resgatadas, elevando o número de sobreviventes para 32.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou as forças de segurança gregas de terem impedido por duas horas o acesso das suas equipas aos migrantes no mar.“Nunca saberemos se essas duas horas nos teriam permitido salvar a vida do bebé”, disse a ONG.

A MSF garante que continuavam desaparecidas 16 pessoas que estavam a bordo, entre as quais a mãe da bebé.

Segundo a Guarda Costeira grega, 1.500 pessoas foram resgatadas durante os primeiros 8 meses de 2022, em comparação com pouco menos de 600 no ano passado.

Desde o início do ano, 360 pessoas que fugiram de guerras e da pobreza na África ou na Ásia com destino à Europa morreram afogadas no Mediterrâneo oriental, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

As tragédias humanas estão a aumentar, devido aos riscos assumidos pelos migrantes que embarcam em barcos improvisados ​​por mares tempestuosos ou mesmo furiosos no outono e no inverno.

Em 11 de outubro, pelo menos trinta pessoas morreram em dois naufrágios nas ilhas de Lesbos e Kythera. Durante este último naufrágio, que matou pelo menos oito pessoas, dezenas de sobreviventes, principalmente do Iraque, Irão e Afeganistão, encalhados no sopé de um penhasco, foram içados pelos socorristas com um guincho.

No início de novembro, mais de 21 pessoas morreram e dezenas foram dadas como desaparecidas em dois naufrágios simultâneos nas ilhas de Samos e Eubéia.

E no final de novembro, cerca de 500 migrantes foram resgatados no mar ao largo de Creta, levando Atenas a apelar à "solidariedade" europeia para cuidar deles.


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