Está em curso uma grande operação no Canal da Mancha, com meios aéreos e marítimos, que visa salvar um barco que transportava migrantes, qutro dos quais morreram, confirmou o Governo do Reino Unido. A situação dá-se ao largo da região de Kent, no sul de Inglaterra.
O barco começou a ter dificuldades de navegação no início desta madrugada, com cerca de 30 migrantes a bordo. A guarda costeira do Reino Unido recebeu pedidos de socorro antes das 3h da madrugada.
Lançou então uma operação de salvamento na qual estiveram envolvidos dois barcos de salvamento de Ramsgate e Rye, o barco de patrulha da Marinha Real HMS Severn, um barco Kermorvan da patrulha costeira francesa e dois barcos de pesca, segundo a BBC.
Numa declaração no parlamento, a ministra do Interior, Suella Braverman, adiantou que “até ao momento, tragicamente, registaram-se quatro mortes”. “Uma declaração completa será feita oportunamente, assim que os factos tenham sido completamente estabelecidos, e o trabalho de investigação necessário tenha sido concluído”, afirmou.
Também hoje no Parlamento, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, manifestou “pesar” pelo sucedido e “pela trágica perda de vidas humanas”. O líder do Partido Trabalhista (principal força da oposição), Keir Starmer, também manifestou solidariedade e afirmou que este novo naufrágio é o resultado de “bandos de criminosos” que operam nesta rota migratória e que “põem em risco a vida de pessoas desesperadas e lucram com a (sua) miséria”.
A guarda costeira britânica não dispunha de “mais informação” disse o porta-voz citado pelo jornal “The Guardian” depois de declarar: “Enviámos barcos de salvamento RNLI de Dover, Dungeness, Hastings e Ramsgate e equipas de salvamento de Deal, Dungeness e Folkestone com o comando da guarda costeira”.
“Na operação de salvamento estão igualmente envolvidos helicópteros da guarda costeira de Lydd e Lee em Solent e outro da marinha francesa. Há ainda um barco de pesca a prestar assistência e a ambulância da costa sueste e a polícia de Kent estão a trabalhar connosco”, acrescentou, explicando que a guarda costeira continuará a prestar assistência a todos quantos dela necessitarem.
O jornal “The Telegraph” lembra que o incidente acontece um dia depois de Sunak ter anunciado um plano de cinco pontos para combater a crise de migrantes no Canal da Mancha. As medidas incluem a criação de um novo comando de barcos operacionais conjunto de militares, Força de Fronteira e Agência Nacional do Crime.
Passa agora pouco mais de um ano sobre o pior desastre ocorrido no Canal, em novembro passado, quando o naufrágio de um barco de borracha com 34 migrantes no Canal matou 31. Desde o início do ano, quase 45 mil pessoas fizeram esta perigosa travessia, em comparação com quase 30 mil no ano anterior.
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