11 dezembro 2022 20:41

Mercado do Xipamanine, em Maputo. Famílias moçambicanas reclamam a subida do custo de vida no país, que as obrigou a reduzir o cabaz e a mudar os hábitos alimentares
luísa nhantumbo/lusa
Efeitos da invasão russa também se sentem nos países africanos lusófonos, muito por via do que nos compram. Impacto da guerra traduz-se em empobrecimento, que custa ainda mais a quem já é pobre
11 dezembro 2022 20:41
O leite e o óleo alimentar em Cabo Verde quase duplicaram de preço em poucos meses. A culpa é da guerra, lá longe, na Ucrânia, mas também de Portugal, de onde o país importa a maioria destes produtos alimentares. O cenário repete-se em vários países lusófonos em África, destino de muitos produtos portugueses, que somam a inflação dos preços dos bens ao aumento dos transportes. Um preço pago por clientes em países onde o baixo poder de compra não cresce.
“Compramos porque precisamos, mas está caro”, explica Mamadou Bary, guineense imigrado há quatro anos em Cabo Verde e que gere um pequeno restaurante na capital. Na loja, um funcionário encolhe os ombros e aponta responsabilidades aos preços impostos de fora. “Não conseguimos fazer mais nada. Se a importação baixar os preços, nós também baixamos.”