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Caem fronteiras com a Croácia, já a Bulgária e a Roménia ficam fora do Espaço Schengen

Caem fronteiras com a Croácia, já a Bulgária e a Roménia ficam fora do Espaço Schengen
EPA/Robert Ghement

A votação desta quinta-feira sobre a adesão da Croácia, Bulgária e Roménia ao espaço Schengen revela divisões na União Europeia. Com a Croácia deixa de haver controlo fronteiriço interno, mas mantém-se com os outros dois países. A Áustria mostrou-se preocupada com a imigração ilegal

Caem fronteiras com a Croácia, já a Bulgária e a Roménia ficam fora do Espaço Schengen

Salomé Fernandes

jornalista da secção internacional

A partir de Janeiro, quem viajar de Portugal para a Croácia já não vai ter de passar por controlos fronteiriços. Foi dada luz verde para que o país, que aderiu à União Europeia em 2013, passe a integrar o espaço Schengen, escreveu a Associated Press. Já a Bulgária e a Roménia vão manter-se em lista de espera.

A decisão foi tomada no Conselho de Justiça e Assuntos Internos da União Europeia, presidida por Vít Rakušan, ministro do Interior da República Checa. Rakušan mostrou-se satisfeito com a expansão à Croácia, indicando que o país “fez tudo” para estar no espaço Schengen e que se trata de uma “mensagem positiva”, mas destacou que não está de acordo com o resultado dos restantes dois países.

“A Roménia e a Bulgária também estão prontas para ser membros de Schengen e estou agradecido a estes dois países por tudo o que fizeram. Estou convencido de que o seu tempo chegará em breve”, disse em declarações aos jornalistas depois da reunião.

A Comissária do Conselho, Ylva Johansson, também se mostrou desapontada com a decisão de vedar para já a entrada da Bulgária e da Roménia. “Acho que é muito claro que quando estamos unidos na UE somos tão fortes, podemos atingir tanto. E neste momento, no que toca à adesão da Bulgária e da Roménia não estamos unidos e torna-nos muito fracos”, lamentou.

Johansson frisou que a adesão dos dois países será uma “alta prioridade” na sua agenda. “Cumprem todos os requisitos, estão há muito tempo à espera. Os cidadãos da Bulgária e da Roménia merecem ser totalmente parte da área Schengen, por isso tomarei todos os passos possíveis para o apoiar”, acrescentou.

A zona Schengen inclui 22 membros da União Europeia, aos quais se juntam a Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Quase 1.7 milhões de pessoas vivem num país da zona Schengen e trabalham noutro. Com a adesão da Croácia, o número de países vai passar a 27.

Áustria justifica oposição com migração ilegal

O que é preciso para aderir ao espaço Schengen? De acordo com a Comissão Europeia, os países precisam de mostrar ter condições para controlo das fronteiras externas e emissão de vistos de curta duração, cooperar com os outros Estados Schengen para manter o nível de segurança, aplicar regras que vão da cooperação policial à proteção de dados pessoais e ligar-se a dois sistemas: o Sistema de Informação Schengen (SIS) e o Sistema de Informação sobre Vistos (VIS). Uma vez integrados no espaço Schengen, há avaliações periódicas.

De acordo com a Euronews, a adesão da Roménia e da Bulgária foi bloqueada pela Áustria. Já os Países Baixos apoiavam a entrada da Roménia mas opunham-se à adesão da Bulgária.

Viena já tinha anunciado que se opunha à expansão da zona Schengen à Roménia e Bulgária, justificando a sua postura com o volume de entradas de imigrantes ilegais. No entanto, a Reuters escreveu que os dados da agência europeia Frontex revelam que a maioria dos imigrantes ilegais que entrou na União Europeia entraram maioritariamente dos Balcãs Ocidentais e não da Roménia.

“Todos compreendemos que o problema da imigração ilegal é politicamente sensível em muitos Estados membro, mas bloquear a adesão da Roménia a Schengen não vai trazer à Áustria as respostas que procura”, disse o primeiro-ministro romeno Nicolae Ciuca no dia anterior à votação, citado pela Reuters.

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