Há uma nova crise de refugiados no Reino Unido?
Quem defende uma política mais liberal nas entradas de migrantes discorda da utilização da palavra crise, mas não há dúvida de que existe um acréscimo significativo no número de chegadas ao Reino Unido pelo Canal da Mancha, todas em pequenos barcos: 40 mil entradas foram registadas e janeiro a fim de outubro deste ano, um número maior do que qualquer outro desde que há registos (2018). Já o ano de 2021 tinha mostrado um valor atípico: 28.526.
Em 2020 o número é bem mais pequeno, fixa-se nos 8.404. Os especialistas não encontram, para estes números, razões diferente das que existem desde “sempre”: a necessidade de fugir de situações de violência ou pobreza que vão assolando países de África e Médio Oriente, reunião com família que já está no Reino Unido, facilidade com a lingua inglesa e dificuldades em conseguir entrar por meios legais. Só é possível pedir asilo no Reino Unido quando se está fisicamente em solo britânico, pelo que as vias legais não são fáceis. Alguns analistas defendem a emissão de vistos de trabalho, uma vez que o país precisa de mão de obra em dezenas de ramos de atividade.
Na verdade, o Instituto para a Responsabilidade no Orçamento (OBR)apresentou ontem números que mostram que a imigração deve subir - e muito - nos próximos dois anos. Porquê?
Devido às lacunas que a falta de imigrantes europeus deixaram em vários ramos de atividade económica. Como o Brexit proibiu o estabelecimento, a longo prazo, de trabalhadores do espaço europeu, agora o Reino Unido está obrigado a “chamar” pessoas. O citado instituto diz que os números vão subir até às 224.000 novos imigrantes em 2023. A previsão anterior estava nos 136.000. “Esta revisão acenta na necessidade de refletir as alterações introduzidas pelo regime pós-Brexit”, explicou o OBR em comunicado.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes