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Eleições EUA: McCarthy é nomeado para liderar republicanos no Congresso

Kevin McCarthy
Kevin McCarthy

Kevin McCarthy, que liderou a minoria republicana no Congresso até agora, tem o seu partido à beira do controlo da maioria da câmara de representantes, o que lhe permitirá roubar o lugar à democrata Nancy Pelosi

O republicano Kevin McCarthy conseguiu esta quarta-feira a nomeação para disputar a liderança da câmara de representantes dos EUA, vencendo uma primeira importante etapa, antes de disputar a votação final, no início do próximo ano.

McCarthy - que liderou a minoria republicana no Congresso, até agora - tem o seu partido à beira do controlo da maioria da câmara de representantes, o que lhe permitirá roubar o lugar à democrata Nancy Pelosi, se os democratas saírem derrotados.

O líder republicano conseguiu 188 votos contra 31, numa votação que juntou antigos congressistas e os recém-chegados, mas McCarthy precisa agora do apoio de 218 dos seus colegas, quando a nova configuração da câmara de representantes se reunir, em janeiro.

“Ou conseguimos liderar como equipa ou perderemos, individualmente”, comentou McCarthy, congressista pela Califórnia, após conhecer o resultado desta primeira eleição, onde bateu Andy Biggs, eleito pelo Arizona.

Apesar de estarem prestes a conquistar a maioria na câmara baixa do Congresso, os republicanos tiveram uma prestação eleitoral considerada dececionante, não recuperando o controlo do senado e ficando com um resultado muito próximo dos democratas na câmara de representantes.

Diversos líderes republicanos estão a culpar o ex-Presidente Donald Trump por este resultado, admitindo que possa ter afastado os votos dos eleitores mais moderados.

Trump - que deverá anunciar nas próximas horas a sua candidatura à corrida presidencial de 2024 - apoiou centenas de candidatos, muitos deles representando a fação mais radical do partido, que acabaram por ser rejeitados pelos eleitores.

O ex-Presidente por várias vezes elogiou os dotes de oratória de McCarthy e apoia-o na intenção de liderar a bancada do partido, mas teve com ele uma relação difícil e as opiniões dividem-se sobre o impacto do apoio de Trump na votação interna de janeiro.

Não será a primeira vez que McCarthy enfrenta batalhas eleitorais entre fações do seu partido, mas já em 2015 teve de desistir do cargo de speaker da bancada, quando ficou claro que não tinha o apoio da ala mais conservadora.

Por isso, para McCarthy, as próximas semanas prometem ser um período cansativo de negociações duras com essa ala conservadora, intitulada Freedom Caucus, ao mesmo tempo que procura não perder o apoio dos congressistas mais moderados.

Os congressistas do Freedom Caucus, que geralmente se posicionam ao lado de Trump, estão preparados para obrigar McCarthy a concessões exigentes, antes de garantir o seu apoio, e já começaram a anunciar uma longa lista de pedidos, desde posições privilegiadas em comissões da câmara até garantias de que podem ter um papel na elaboração da legislação.

Os democratas devem realizar as suas eleições para a bancada da câmara de representantes já a seguir ao Dia de Ação de Graças, na quinta-feira da próxima semana, enquanto Pelosi e os dois outros principais líderes, Steny Hoyer e Jim Clyburn, decidem se permanecem ou se vão afastar-se para dar lugar a uma nova geração.

Pelosi deverá assumir o seu cargo de congressista, sem se recandidatar à liderança da bancada democrata, após ter sido reeleita para mais um cargo de dois anos, pelo círculo de São Francisco.

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